Arkana põe Renault à reconquista das famílias
Um modelo 100% novo que se apresenta como um SUV, mas que chega com traços de coupé, tentando de certa forma estender os seus tentáculos a vários gostos. Tudo para reconquistar o segmento C, dos compactos familiares.
A Renault tem um plano: ser até 2030 a marca mais verde na Europa e ter uma forte presença no segmento C, no qual se incluem veículos de características familiares. Para tal, a aposta não passa apenas por reforçar a ofensiva de modelos bem posicionados no mercado, como o Mégane, que surge agora numa versão electrificada de ligar à corrente, à qual voltaremos, mas que é capaz de cumprir o dia-a-dia do condutor europeu médio sem recorrer à mecânica térmica (haja onde o recarregar ao final do dia…). Na verdade, a Renault, que é líder de vendas em Portugal há anos consecutivos, mas no segmento B, com o Clio, pretende vincar ainda mais a sua presença no segmento dos compactos familiares, a começar pelo lançamento de um modelo totalmente novo e que, diz a marca, vem estrear um conceito entre as marcas generalistas, a dos SUV coupés.
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A Renault tem um plano: ser até 2030 a marca mais verde na Europa e ter uma forte presença no segmento C, no qual se incluem veículos de características familiares. Para tal, a aposta não passa apenas por reforçar a ofensiva de modelos bem posicionados no mercado, como o Mégane, que surge agora numa versão electrificada de ligar à corrente, à qual voltaremos, mas que é capaz de cumprir o dia-a-dia do condutor europeu médio sem recorrer à mecânica térmica (haja onde o recarregar ao final do dia…). Na verdade, a Renault, que é líder de vendas em Portugal há anos consecutivos, mas no segmento B, com o Clio, pretende vincar ainda mais a sua presença no segmento dos compactos familiares, a começar pelo lançamento de um modelo totalmente novo e que, diz a marca, vem estrear um conceito entre as marcas generalistas, a dos SUV coupés.
Será graças a este novo perfil, o qual tem vindo a ser explorado por marcas premium nos últimos tempos, que, acredita o emblema gaulês, se conseguirá reconquistar clientes que têm vindo a “fugir” para marcas concorrentes. É que, se por um lado, o Arkana se comporta como um verdadeiro SUV (e basta pô-lo à prova por terrenos mais agrestes ou arenosos para se perceber que, com 20cm de altura ao solo, está à altura do desafio — em traçados de dificuldade fácil/média), por outro, satisfaz os caprichos de quem nunca conseguiu ser conquistado pelo aspecto mais quadradão dos sport utility vehicle, mesmo que a posição de condução elevada e as entradas e saídas facilitadas fossem factores na lista dos prós a considerar.
Em termos de design, o Arkana apresenta-se com uma cintura elevada e uma linha de ombros pronunciada, embora a sua presença em estrada se deva muito a uma assinatura luminosa 100% LED. Em termos estéticos, a versão RS Line dá-lhe uma aura mais desportiva, através, por exemplo, da inclusão de jantes específicas.
Assente na mesma plataforma modular que dá vida ao Clio ou ao Captur, a CMF-B, este Arkana nada tem a ver com o automóvel homónimo que a Renault comercializa na Rússia desde 2019, que tem na sua base a plataforma do Dacia Duster, sendo a sua produção realizada numa diferente fábrica, no caso, na Coreia do Sul. E o mercado parece ter reagido bem à sua concepção: em três meses, a Renault diz ter registado, globalmente, mais de dez mil encomendas, o que ultrapassou as expectativas.
Com um comprimento de 4,568m, a Renault apresenta este Arkana como um automóvel de “forte personalidade”, “espaçoso”, com uma “posição de condução elevada” e “amigo do ambiente”, já que, no caso do último aspecto, apresenta-se sempre com algum tipo de hibridização, suave ou integral: os 1.3 TCe 140 EDC7 (desde 31.600€) e 1.3 TCe 160 EDC7 (a ser lançado mais tarde), que recorrem a um pequeno motor eléctrico de 12V, e o 1.6 E-Tech 145 (a partir de 33.100€), acoplado a uma caixa automática multimodo, um full-hybrid, cujo sistema, baseado na Fórmula 1, particularmente em termos de recuperação e regeneração de energia, torna o automóvel capaz de respostas mais céleres, além de permitir uma poupança de combustível e uma redução nas emissões de CO2.
Quando ao comportamento dinâmico, a Renault informa que a suspensão foi trabalhada no sentido de ter uma melhor resposta no asfalto e, nas viagens de cerca de 150 quilómetros em cada uma das motorizações disponíveis, foi possível observar a forma competente como o Arkana se cola à estrada. Já o desempenho irá depender do modo de condução seleccionado no sistema My Sense (Normal, Eco e Sport), mas é fácil de perceber que o carro recupera bem sempre que tal lhe é exigido depois de se ter de abrandar a marcha por alguma razão.
Importante para um modelo que tem nas famílias o seu cliente preferencial é a segurança, a qual foi premiada com as cinco estrelas Euro NCAP, obtidas graças à inclusão de zonas deformáveis, a um eixo traseiro trabalhado para melhorar o desempenho em curva e, como não podia deixar de ser, a um pacote que inclui 12 assistentes à condução. Já airbags, há oito, incluindo os de cortina, menos comuns neste segmento.
No habitáculo, onde reina o espaço para qualquer um dos ocupantes, tanto ao nível das pernas como da altura como dos ombros, há também uma boa utilização dos recantos para arrumação: no total, encontram-se mais de 26 litros para ocupar. Não há, contudo, nenhuma revolução, tendo a Renault optado por dotar o Arkana com o que de melhor já faz noutros modelos. No entanto, o automóvel, cuja produção não foi afectada pela escassez de semicondutores, chega para já sem sistema de carregamento por indução ou com um ecrã mais pequeno, precisamente pela crise dos chips.
Na mala, é disponibilizada uma volumetria útil de 513 litros — mais do que no Kadjar, um concorrente dentro da própria casa, mas que a marca do losango assume como um produto que tem os seus próprios clientes —, sendo que no E-Tech 145 o espaço encolhe 33 litros para 480.