Vítor Aguiar e Silva dá nome a prémio para escritores portugueses “de topo”
Com o nome do Prémio Camões 2020, o novo prémio visa “distinguir poetas, ficcionistas e ensaístas de topo, de consagração plena, no quadro da cultura portuguesa”, diz a Associação Portuguesa de Escritores.
A Associação Portuguesa de Escritores (APE) lançou esta sexta-feira, em Braga, a primeira edição do Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, que terá o valor de 25 mil euros e será atribuído de dois em dois anos.
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A Associação Portuguesa de Escritores (APE) lançou esta sexta-feira, em Braga, a primeira edição do Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, que terá o valor de 25 mil euros e será atribuído de dois em dois anos.
Em conferência de imprensa, o presidente da APE, José Manuel Mendes, explicou que o objectivo é “recolocar” o Prémio Vida Literária “num lugar mais forte e marcante”, atribuindo-lhe o nome de Vítor Aguiar e Silva, vencedor da edição 2020 do Prémio Camões. “O prémio vai distinguir poetas, ficcionistas e ensaístas de topo, de consagração plena, no quadro da cultura portuguesa”, referiu.
Segundo José Manuel Mendes, não há candidaturas ao prémio, sendo o vencedor eleito por um júri de entre “um conjunto sedimentado de nomes” que estão a ser analisados. “O vencedor desta primeira edição será conhecido dentro de pouco tempo”, disse ainda, sem, no entanto, adiantar qualquer data.
Anteriormente, quando se designava apenas Prémio Vida Literária, já foi atribuído a nomes como Miguel Torga, José Saramago, Eugénio de Andrade e Manuel Alegre, entre outros. O prémio é financiado pela Câmara de Braga, que, como explicou o presidente, Ricardo Rio, “aceitou o desafio” lançado pela APE, sobretudo para homenagear Vítor Aguiar e Silva.
Professor e ensaísta, com 82 anos, Vítor Manuel de Aguiar e Silva foi o vencedor do Prémio Camões 2020. Nasceu em Penalva do Castelo, no distrito de Viseu, em 1939, e na Universidade de Coimbra obteve todos os seus graus e títulos académicos, tendo ali sido professor catedrático da Faculdade de Letras até 1989. Nesse ano, pediu transferência para a Universidade do Minho (UMinho), onde foi professor catedrático do Instituto de Letras e Ciências Humanas, fundou e dirigiu o Centro de Estudos Humanísticos e a revista Diacrítica. Desempenhou também as funções de vice-reitor da UMinho, de Junho de 1990 a Julho de 2002, altura em que se aposentou.
Vítor Aguiar e Silva foi escolhido para Prémio Camões em reconhecimento da “importância transversal da sua obra ensaística” e do seu “papel activo relativamente às questões da política da língua portuguesa e ao cânone das literaturas de língua portuguesa”.