No Porto, o vinho celebra-se (e prova-se) ao ar livre
Voltam este fim-de-semana ao Porto os grandes encontros de celebração do vinho. Sempre com vistas para o Douro, mas desta vez ao ar livre nos jardins da Casa Cor de Rosa da Faculdade de Arquitectura (simplesmente… Vinho) e do Palácio de Cristal (Essência do Vinho).
Embora diferentes, tanto na génese como na filosofia e contexto, são como irmãos siameses. Até porque um não vive sem o outro. Já na sua 9.ª edição, o simplesmente… Vinho é o salão off, que aos “pequenos produtores, vinhos alternativos e fora da caixa, com o traço comum da ligação à terra, às castas locais e uma enologia ‘sem maquilhagem’”, junta a presença do vigneron, “que está presente e dá a cara pelo que faz”.
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Embora diferentes, tanto na génese como na filosofia e contexto, são como irmãos siameses. Até porque um não vive sem o outro. Já na sua 9.ª edição, o simplesmente… Vinho é o salão off, que aos “pequenos produtores, vinhos alternativos e fora da caixa, com o traço comum da ligação à terra, às castas locais e uma enologia ‘sem maquilhagem’”, junta a presença do vigneron, “que está presente e dá a cara pelo que faz”.
Desta vez, numa edição Verão e fora da grandiosidade dos salões do Palácio da Bolsa, o Essência do Vinho espraia-se pelos jardins do Palácio de Cristal com a presença de 150 produtores, nacionais e estrangeiros, e um alargado programa de provas e degustações, que acentuam o carácter profissionalizado do evento e são já uma marca própria.
“Pretendemos democratizar o consumo a ajudar os produtores a vender os seus vinhos”, dizem os organizadores, acrescentando “a possibilidade de aquisição de produtos directamente aos expositores”, além, claro, da degustação das muitas centenas de vinhos presentes.
No simplesmente… Vinho, o espírito é informal e relaxado, “há um sentimento de partilha, há energia e sinergia, o feeling é um por todos e todos por um”. Os promotores destacam também as actividades complementares nesta edição que muda “das caves sombrias para o luminoso ar livre dos jardins da Casa Cor de Rosa da Faculdade de Arquitectura do Porto”.
São, desta vez, 66+1 vignerons, sendo o +1 o convidado especial, Carmelo Peña Santana, produtor e enólogo dos vinhos Bien de Altura, na Gran Canária. Entre os portugueses, “estão em pé de igualdade o Casa do JOA, de Trás-os-Montes, que faz apenas uns poucos milhares de garrafas ou o Álvaro Castro que engarrafa 100 vezes mais. O André Ribeiro e o Ricardo Pinto e o seu limitadíssimo Entre Paredes (Criação Velha no Pico) e a Niepoort que é a referência do Douro”.
A par das provas e degustações, o programa inclui também uma exposição de arquitectura, instalação de arte, petiscos e apontamentos de música ao vivo. Para abertura, já na noite desta quinta-feira, um jantar pop-up com celebração da ordem da Cabidela (Restaurante Vai-me à Loja, Rua da Picaria, 84) e, novidade, o encerramento, no domingo com um Naturalmente… Brunch (12h-14h) na esplanada do jardim da Casa Cor de Rosa
Com o título “Paisagem e arquitectura: da Vinha e do Vinho”, a exposição é organizada pela FAUP e comissariada por Carla Garrido de Oliveira, Filipa Guerreiro e Maria José Casanova. “Uma viagem pelo reconhecimento e intervenção no património paisagístico e arquitectónico vitivinícola, pela história das quintas, pela produção e transformação do território”, que vai da Ilha do Pico, nos Açores, às encostas da Madeira e aos vales no Douro Vinhateiro.
Patente apenas esta sexta e sábado, o simplesmente… Vinho chama a atenção também para o espaço que o acolhe: o Pavilhão Carlos Ramos, “obra singular de Álvaro Siza que se enquadra na Casa Cor de Rosa e o seu jardim, ao mesmo tempo que lança pistas para a arquitectura do restante conjunto que o mestre desenhou para a FAUP”.