Preços regulados da electricidade aumentam a partir de amanhã

Aumento para compensar subida da energia nos mercados grossistas agrava factura das famílias que ainda estão no mercado regulado entre um 1,05 euros e 2,86 euros.

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PAULO PIMENTA

A partir desta quinta-feira, 1 de Julho, a tarifa de energia aplicada aos preços regulados de electricidade vai subir 3%, segundo a directiva da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) publicada na semana passada Diário da República. 

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A partir desta quinta-feira, 1 de Julho, a tarifa de energia aplicada aos preços regulados de electricidade vai subir 3%, segundo a directiva da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) publicada na semana passada Diário da República. 

A alteração anunciada pela ERSE no dia 14 de Junho, dentro do mecanismo de revisão trimestral das tarifas que a entidade reguladora pode utilizar, produz “efeitos a partir de 1 de Julho de 2021 em todo o território nacional”, refere a directiva publicada a 21 de Junho em Diário da República.

A alteração destina-se a reflectir a subida recente dos preços da energia no mercado ibérico grossista nos preços cobrados aos clientes que ainda estão no mercado regulado.

Os preços da energia são apenas uma das componentes destes preços regulados. Os custos das redes são o outro factor determinante e, esse sim, já afecta todos os clientes de electricidade, mesmo aqueles que estão no mercado liberalizado com contratos com diferentes fornecedores.

Para os cerca de um milhão de clientes de electricidade que ainda são servidos pela SU Electricidade (o comercializador de último recurso), o aumento fixado pela ERSE será de cinco euros por megawatt hora (MWh).

Sempre que as estimativas da ERSE para o custo de aquisição de energia pelo CUR seja, igual ou superior a 10 euros por MWh, a tarifa de energia deve ser revista num valor fixo de cinco euros por MWh, seja para agravar ou desagravar o preço.

Neste caso, face aos níveis de preço verificados no mercado grossista, que reflectem factores como a subida dos preços do carbono e do maior custo da produção eléctrica a gás natural, há um agravamento tarifário.

“Para a maioria dos clientes domésticos do mercado regulado, com potência contratada de 3,45 kVA, esta actualização será [de mais] cerca de 1,05 euros na factura média mensal”, adiantou a entidade reguladora liderada por Cristina Portugal.

Estas contas consideram um casal com filhos e uma factura média mensal de 37,11 euros. Já para um casal com filhos, mas com uma potência contratada de 6,9 kVA e uma factura mensal a rondar os 92,60 euros, o agravamento será de 2,86 euros.

A ERSE incorporou nas tarifas de 2021 um custo de aquisição de energia de 49,52 euros por MWh, “contudo, face à subida dos preços da energia eléctrica nos mercados grossistas, reflectindo os preços mais altos no Mibel [mercado ibérico]”, as estimativas recentes apontam para um custo médio que andará nos 61,85 euros por MWh.

Trata-se de um desvio de 12,33 euros por MWh, “mais 25% que o inicialmente previsto” pela ERSE. Se a componente da energia não fosse actualizada, o efeito seria que os consumidores seriam obrigados a compensar os desvios de custo da SU Electricidade no futuro.