Empréstimos em moratória recuaram 1200 milhões em Maio

Moratória de crédito ao consumo dos bancos termina esta quarta-feira, mas o impacto, que será reduzido, só será conhecido no próximo mês.

Foto
Rui Gaudencio

O montante total de empréstimos abrangidos por moratórias públicas e privadas “encolheu” 1200 milhões de euros em Maio, face ao mês anterior, totalizando nessa data 38,500 mil milhões de euros.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O montante total de empréstimos abrangidos por moratórias públicas e privadas “encolheu” 1200 milhões de euros em Maio, face ao mês anterior, totalizando nessa data 38,500 mil milhões de euros.

Em Junho, por força do fim da moratória de crédito ao consumo dos bancos (crédito pessoal e automóvel), que termina esta quarta-feira, o montante deverá diminuir um pouco mais, mas o grosso dos empréstimos abrangidos pela medida de apoio a empresas e famílias só terminará em Setembro. 

Os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal (BdP) mostram que a redução total dos créditos em moratória verificou-se nos empréstimos a particulares e a empresas, que diminuíram 500 e 700 milhões de euros, respectivamente.

Do total de redução dos empréstimos a particulares abrangidos pela medida que permitiu a suspensão total ou parcial dos pagamentos, verificou-se uma redução de 200 milhões de euros no crédito à habitação, para 12.200 milhões de euros. E a redução de 300 milhões de euros, para 1500 milhões de euros, observou-se nos empréstimos ao consumo.

Recorde-se que a moratória privada para o crédito ao consumo foi dada por 12 meses, com limite a 30 de Junho. A moratória de crédito pública abrange alguns tipos de crédito a particulares para outros fins, como para educação, mas o peso será relativamente baixo.

Nos empréstimos a sociedades não financeiras, maioritariamente a empresas, verificou-se uma redução de 700 milhões de euros, essencialmente nos sectores de outros serviços e da indústria transformadora.

Nos sectores mais vulneráveis, tais como definidos no Decreto-Lei nº 22-C/2021 de 22 de Março de 2021, existiam em Maio 24,1 mil empresas abrangidas por moratórias, tendo o montante de empréstimos com pagamento suspenso diminuído 100 milhões de euros face a Abril, para 8500 milhões de euros.

O máximo do crédito em moratória foi atingido em Setembro de 2020, nos 48.100 milhões de euros.