Câmara de Coimbra atribui Prémio de Arquitectura a João Mendes Ribeiro

O prémio, no valor de 10 mil euros, distingue o projecto da moradia unifamiliar Casa do Areeiro.

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O município de Coimbra atribuiu o Prémio Municipal de Arquitectura Diogo Castilho 2021 ao arquitecto João Mendes Ribeiro pelo projecto da moradia unifamiliar Casa do Areeiro, noticiou a Lusa.

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O município de Coimbra atribuiu o Prémio Municipal de Arquitectura Diogo Castilho 2021 ao arquitecto João Mendes Ribeiro pelo projecto da moradia unifamiliar Casa do Areeiro, noticiou a Lusa.

O anúncio do prémio foi feito pelo presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, que falava aos jornalistas no final da sessão camarária, adiantando que o prémio, no valor de 10 mil euros, será entregue a 4 de Julho, Dia da Cidade.

João Mendes Ribeiro, um arquitecto que trabalha a partir de Coimbra, venceu no ano passado o Prémio Secil de Arquitectura pelo projecto para o centro de artes Arquipélago (Açores), feito em colaboração com Francisco Vieira de Campos e Cristina Guedes (Menos É Mais Arquitectos), atribuído em ex aequo à sede da EDP em Lisboa, da autoria do atelier Aires Mateus

“O júri considerou, unanimemente, que a Casa do Areeiro é a que melhor expressa uma sensível integração no território, uma coerência na organização do programa, uma qualidade formal e, ainda, uma originalidade nos processos construtivos adoptados, bem como o cuidado no uso de cobertura verde e no reboco com cal aérea”, refere a acta homologada esta quarta-feira pelo município.

A Casa do Areeiro, informa o atelier do arquitecto, situa-se numa encosta no Areeiro, a sul da cidade de Coimbra, num terreno onde abunda vegetação autóctone com visibilidade para o rio Mondego. A casa, que tem um único piso, é formada por um corpo rectangular, com uma cobertura ajardinada, que se confunde com a vegetação do próprio terreno. “Esta particularidade assume especial importância porque converte a cobertura numa fachada, visível desde o cume do monte, perfeitamente enquadrada com o coberto vegetal existente na envolvente”, escreve a memória descritiva do projecto, acrescentando que é construída em betão revestido com reboco feito à base de cal aérea e pigmentos minerais.

O acesso ao terreno de 1800 metros quadrados é garantido por uma rua sinuosa, com um declive acentuado, permitindo uma visão desafogada sobre a paisagem. “A implantação do edifício surge assim na parte superior do lote, numa cota que permite a acessibilidade à habitação por intermédio de rampas suaves, com recurso a uma construção estreita e alongada, adossada à encosta. Pretendia-se, desta forma, reduzir o impacto da intervenção, potenciar o contacto com o terreno e com a paisagem, mantendo o declive original do terreno e as árvores que se encontram na proximidade”, continua a memória descritiva do projecto. “Destaca-se o facto de a casa estar praticamente enterrada e abrigada num dos lados, com a frescura da cobertura ajardinada e vinha virgem, enquanto no lado oposto a casa é exposta à insolação e à ventilação.” Ao longo da fachada sudoeste, desenvolve-se uma varanda que aproveita a relação com as copas das árvores próximas para se abrir à paisagem ou para proteger o interior da casa. 

O júri do Prémio Diogo Castilho avaliou três projectos, uma vez que um foi excluído por questões administrativas, já que o alvará de autorização de utilização já tinha sido emitido este ano, informa a Lusa. O Prémio Municipal de Arquitectura Diogo Castilho destina-se a premiar edificações novas, cuja concepção e qualidade arquitectónica sejam relevantes exemplos no panorama concelhio, ou obras de recuperação e reabilitação cujo projecto mereça destaque pelo respeito do património edificado, sem exclusão do uso de linguagem contemporânea.

O júri decidiu ainda atribuir uma menção honrosa ao arquitecto Hugo Tocha de Carvalho pelo projecto de reabilitação e reconversão numa unidade habitacional da obra Gomes de Freire. 

Instituído pela Câmara de Coimbra em 1995, o prémio destina-se a homenagear o arquitecto Diogo Castilho, um espanhol nascido nas Astúrias que ficou muito ligado a Coimbra, onde projectou obras emblemáticas na cidade.