Não sabemos se é por acaso que a primeira longa-metragem do portuense David Bonneville se coloque sob o signo de mestre Manoel de Oliveira: é inevitável pensar nele quando vemos as vinhas do Douro filmadas deste modo solar, com este rigor formal, com esta omnipresença do passado rural a infiltrar algo de intemporal e deslocado nos tempos modernos em que vivemos. A própria música algo dissonante nos remete para outras histórias de atavismos mais ou menos pagãos — e se O Último Banho nada tem a ver com a Benilde, por exemplo, nem com a teatralidade abertamente postiça dos jogos de salão oliveireanos, não é desagradável que se passeie por aqui um certo “ar de família”.
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Não sabemos se é por acaso que a primeira longa-metragem do portuense David Bonneville se coloque sob o signo de mestre Manoel de Oliveira: é inevitável pensar nele quando vemos as vinhas do Douro filmadas deste modo solar, com este rigor formal, com esta omnipresença do passado rural a infiltrar algo de intemporal e deslocado nos tempos modernos em que vivemos. A própria música algo dissonante nos remete para outras histórias de atavismos mais ou menos pagãos — e se O Último Banho nada tem a ver com a Benilde, por exemplo, nem com a teatralidade abertamente postiça dos jogos de salão oliveireanos, não é desagradável que se passeie por aqui um certo “ar de família”.