No mapa autárquico de Portugal, há 31 municípios que nunca mudaram de partido desde as eleições inaugurais da era democrática. O país mudou, a Europa chegou, houve crises nacionais e internacionais, na política e na economia, o muro de Berlim caiu, a China tornou-se um poder global, o “Brexit” aconteceu, os dinossauros autárquicos foram extintos por força da lei da limitação de mandatos, mas nenhuma transformação foi capaz de alterar a hegemonia do PS, PSD ou CDU nesses concelhos. É caso para dizer que, em democracia, é perfeitamente natural que os cidadãos optem por manter a sua confiança política num partido eleição após eleição. Como é caso para suspeitar de que em muitos desses municípios se cristalizou uma rede clientelar de pequenos poderes que trava um dos ingredientes fundamentais da democracia: a alternância das suas elites.
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No mapa autárquico de Portugal, há 31 municípios que nunca mudaram de partido desde as eleições inaugurais da era democrática. O país mudou, a Europa chegou, houve crises nacionais e internacionais, na política e na economia, o muro de Berlim caiu, a China tornou-se um poder global, o “Brexit” aconteceu, os dinossauros autárquicos foram extintos por força da lei da limitação de mandatos, mas nenhuma transformação foi capaz de alterar a hegemonia do PS, PSD ou CDU nesses concelhos. É caso para dizer que, em democracia, é perfeitamente natural que os cidadãos optem por manter a sua confiança política num partido eleição após eleição. Como é caso para suspeitar de que em muitos desses municípios se cristalizou uma rede clientelar de pequenos poderes que trava um dos ingredientes fundamentais da democracia: a alternância das suas elites.