Principais marcas de moda não respeitam igualdade de género
O índice Gender Benchmark analisou factores como a diferença salarial entre géneros, representação na liderança, políticas para acabar com a violência e o assédio, e deu às marcas uma pontuação média de 29 pontos em 100.
As principais marcas de vestuário revelam claras falhas no que respeita à igualdade de género, revela um novo estudo que analisou 35 dos nomes mais predominantes na indústria. O índice Gender Benchmark, da World Benchmarking Alliance (WBA), uma organização sem fins lucrativos que analisou factores como a diferença salarial entre géneros, representação na liderança, e políticas para acabar com a violência e o assédio nas várias empresas, deu às marcas uma pontuação média de 29 pontos de um total de 100, valor que a entidade promotora do estudo designou por “preocupante”. A Adidas, Gap e VF Corporation – que tem a seu cargo The North Face, Timberland e Vans – foram as únicas três gigantes da indústria a alcançar mais de 50 pontos. Nos piores lugares ficaram a Urban Outfitters, The Foschini Group (TFG) – proprietário da G-Star Raw – e Zhejiang Semir Garment, uma marca chinesa célebre.
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As principais marcas de vestuário revelam claras falhas no que respeita à igualdade de género, revela um novo estudo que analisou 35 dos nomes mais predominantes na indústria. O índice Gender Benchmark, da World Benchmarking Alliance (WBA), uma organização sem fins lucrativos que analisou factores como a diferença salarial entre géneros, representação na liderança, e políticas para acabar com a violência e o assédio nas várias empresas, deu às marcas uma pontuação média de 29 pontos de um total de 100, valor que a entidade promotora do estudo designou por “preocupante”. A Adidas, Gap e VF Corporation – que tem a seu cargo The North Face, Timberland e Vans – foram as únicas três gigantes da indústria a alcançar mais de 50 pontos. Nos piores lugares ficaram a Urban Outfitters, The Foschini Group (TFG) – proprietário da G-Star Raw – e Zhejiang Semir Garment, uma marca chinesa célebre.
As conclusões da investigação são claras. Desde logo, a maioria das retalhistas não apoia as mulheres que emprega, quer na administração quer nas fábricas; mais de metade não possui políticas específicas de género; e quase dois terços não abraçam publicamente a causa da igualdade de género e o empoderamento das mulheres. Entre todas, apenas três marcas revelam ter tomado medidas para abordar as disparidades salariais entre homens e mulheres, e menos de um terço forneceu formação sobre violência e assédio aos seus funcionários.
“Vemos uma diferença acentuada entre o que as empresas dizem e fazem em questões vitais como os salários, equilíbrio de género na liderança, violência e assédio”, explica Pauliina Murphy, directora de envolvimento na WBA, uma organização sem fins lucrativos, em comunicado, concluindo que “estas afirmações retóricas têm de parar”.
Na opinião de Dominique Muller, directora política da organização sem fins lucrativos Labour Behind the Label, as conclusões do índice não são surpreendentes, uma vez que as marcas têm repetidamente falhado em abordar a discriminação e violência de género nas suas cadeias de fornecimento. “O progresso estagnou e a pandemia revelou a fraqueza das promessas voluntariosas e ineficazes das marcas de moda”, sublinhou à Reuters.
Actualmente estima-se que a indústria do vestuário empregue mais de 60 milhões de trabalhadores em todo o mundo, na sua maioria mulheres, estando frequentemente sob escrutínio devido à exploração laboral e assédio sexual a que tem sido ligada. Nos últimos anos, em todo o mundo, activistas têm declarado que a pressão das marcas sobre os fornecedores para entregarem roupas de forma rápida e barata está a alimentar esta exploração, desde a falta de pausas para idas à casa de banho ao abuso verbal e sexual, tendência que tem sido exacerbada pela pandemia de covid-19.