Escorregadelas fatais em Wimbledon
Serena Williams abandona torneio em lágrimas. Adrian Mannarino também desistiu por lesão.
Um tecto amovível no court central do All England Club traz, sem dúvidas, benefícios ao Torneio de Wimbledon pois permite que se possa jogar quando chove, algo habitual durante a quinzena. Mas há também um senão: a ventilação é menor e a relva, um piso “vivo”, ganha humidade e as escorregadelas passam a ser banais e, algumas, fatais. Serena Williams foi a vítima mais sonante.
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Um tecto amovível no court central do All England Club traz, sem dúvidas, benefícios ao Torneio de Wimbledon pois permite que se possa jogar quando chove, algo habitual durante a quinzena. Mas há também um senão: a ventilação é menor e a relva, um piso “vivo”, ganha humidade e as escorregadelas passam a ser banais e, algumas, fatais. Serena Williams foi a vítima mais sonante.
A detentora de sete títulos em Wimbledon e finalista nas duas últimas edições (2018 e 2019) escorregou quando vencia Aliaksandra Sasnovich (100.ª no ranking), por 3-2, torceu o pé direito e embora tenha recebido assistência médica, acabou por capitular. No jogo seguinte, tentou continuar, mas, 3-3 (15-30), as dores forçaram a cair de joelhos e, a chorar, a norte-americana de 39 anos dirigiu-se para a rede para cumprimentar a adversária.
“Meu Deus, não acredito”, exclamou Roger Federer, quando tomou conhecimento durante a conferência de imprensa. Uma hora antes, o adversário do suíço, Adrian Mannarino (41.º) tinha abandonado pela mesma razão: o francês escorregou a 2-4 do quarto set, tentou retomar o encontro, mas sem conseguir apoiar-se devidamente na perna direita, concedeu a vitória Federer (8.º), por 6-4, 6-7 (3/7), 3-6 e 6-2. Um péssimo presente de aniversário para Mannarino no dia em que completou 33 anos.
“Ele poderia ter acabado por ganhar, foi o melhor jogador. Sem dúvida que tive um pouco de sorte, mas ninguém quer saber; desejo-lhe as melhoras”, afirmou Federer, que não perde na primeira ronda de um torneio do Grand Slam desde 2002, um ano antes de conquistar em Wimbledon o primeiro de 20 majors.
Também Daniil Medvedev (2.º) seguiu para a segunda ronda ao vingar-se da derrota infligida por Jan-Lennard Struff (45.º) há duas semanas, na relva de Halle, e vencer, por 6-4, 6-1, 4-6 e 7-6 (7/3).
Na prova feminina, Ashleigh Barty precisou de quase duas horas para justificar o estatuto de líder do ranking feminino e vencer, por 6-1, 6-7 (1/7) e 6-1, a espanhola Carla Suarez Navarro – que, no segundo encontro após debelar um linfoma de Hodgkin, despediu-se definitivamente de Wimbledon, pois irá terminar a carreira no final da época.
Destaque ainda para a checa Barbora Krejcikova não acusou o facto de não competir desde que triunfou em Roland Garros, e venceu Clara Tauson, por 6-3, 6-2. E para Venus Williams que, aos 41 anos, iniciou a 90.ª participação em Grand Slams com a sua 90.ª vitória em Wimbledon.
Devido à chuva que voltou a interromper e a atrasar a programação nos courts exteriores, Pedro Sousa (121.º) viu a sua estreia no quadro principal de Wimbledon, diante do italiano Lorenzo Sonego (27.º), adiada para quarta-feira.