Polónia devia copiar lei anti-LGBTI húngara, diz ministro polaco
Ministro da Educação, Przemyslaw Czarnek, elogia legislação de Viktor Orbán e afirma que Governo de Varsóvia devia transcrevê-la na íntegra.
A Polónia devia copiar a lei húngara que proíbe as escolas de usar materiais que possam promover a homossexualidade, disse esta segunda-feira o ministro da Educação polaco. Numa entrevista ao semanário conservador Sieci, Przemyslaw Czarnek elogiou a lei que, no recente Conselho Europeu, indignou os líderes da União Europeia e motivou duras críticas ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
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A Polónia devia copiar a lei húngara que proíbe as escolas de usar materiais que possam promover a homossexualidade, disse esta segunda-feira o ministro da Educação polaco. Numa entrevista ao semanário conservador Sieci, Przemyslaw Czarnek elogiou a lei que, no recente Conselho Europeu, indignou os líderes da União Europeia e motivou duras críticas ao primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán.
“Esta lei proclama que as disciplinas que abordam questões de sexualidade não devem promover a redesignação de género ou a homossexualidade. Devíamos copiá-la na íntegra em solo polaco”, afirmou o ministro da Educação do Governo de Varsóvia.
Na semana passada, em Bruxelas, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse a Viktor Orbán que ele deveria respeitar os direitos LGBTI ou deixar a União Europeia, enquanto o primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel, numa emocionada intervenção que deixou alguns dos seus colegas em lágrimas, afirmou que a manobra política interna de Orbán atinge individualmente cada cidadão europeu, e pode ter graves consequências.
“Eu não escolhi ser gay. Mas sou gay. É o que eu sou. A minha mãe odeia que eu seja gay, e eu tenho que viver com isso. Mas há muitos jovens gay que não conseguem viver com isso e cometem suicídio. E tu vens agora dar força à estigmatização e à discriminação de jovens LGBTIQ com esta lei. É muito mau. É terrível”, disse Bettel ao seu congénere da Hungria.
O ministro polaco da Educação, cujas opiniões sobre os direitos LGBTI e a história judaico-polaca levaram a que fosse questionada a sua nomeação em 2020, atraiu duras críticas da oposição na semana passada por causa dos comentários que fez a propósito de uma marcha pela igualdade LGBTI que decorreu em Varsóvia, quando questionou se o comportamento dos participantes devia ser considerado como normal.
“Estas pessoas saem assim à rua, ofendem os católicos de uma maneira vulgar, comportam-se de maneira obscena, e isso deveria estar certo?”, disse Czarnek.
O governo nacionalista da Polónia aprovou recentemente uma lei que proibiria os casais do mesmo sexo de adoptar crianças, mesmo como pais solteiros.
“Sem deixar de respeitar os direitos das pessoas com uma orientação sexual diferente, devemos sempre lembrar o valor mais importante, que deve ser o melhor interesse da criança em qualquer sociedade”, disse esta segunda-feira à Reuters o Ministério polaco da Justiça.