A Suíça abateu o campeão do mundo

Depois de um espectacular empate de seis golos ao fim de 120 minutos, Mbappé falhou o penáti decisivo e a França ficou de fora do Euro 2020. Suíços chegam pela primeira vez aos quartos-de-final.

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Seferovic marcou dois dos golos da Suíça Reuters/JUSTIN SETTERFIELD

Depois da loucura à tarde, em Copenhaga, loucura à noite em Bucareste. Foram precisos 120 minutos num jogo de oito golos para a Espanha se qualificar para os quartos-de-final, mas o França-Suíça na capital romena foi ainda mais dramático. A qualificação acabou por sorrir aos suíços, que chegam pela primeira vez aos quartos-de-final do Europeu, após eliminarem o campeão do mundo nos penáltis, depois de um empate (3-3) e duas horas de jogo. E, na marca dos 11 metros, esteve tudo empatado até ao último penálti, que seria desperdiçado pela “estrela” dos “bleus”, Kylian Mbappé.

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Depois da loucura à tarde, em Copenhaga, loucura à noite em Bucareste. Foram precisos 120 minutos num jogo de oito golos para a Espanha se qualificar para os quartos-de-final, mas o França-Suíça na capital romena foi ainda mais dramático. A qualificação acabou por sorrir aos suíços, que chegam pela primeira vez aos quartos-de-final do Europeu, após eliminarem o campeão do mundo nos penáltis, depois de um empate (3-3) e duas horas de jogo. E, na marca dos 11 metros, esteve tudo empatado até ao último penálti, que seria desperdiçado pela “estrela” dos “bleus”, Kylian Mbappé.

Didier Deschamps inventou, com uma defesa a três, algo que ainda não tinha acontecido neste torneio, e a Suíça explorou até mais não os buracos do seu adversário. Zuber, sobretudo, era um perigo constante no lado esquerdo do ataque, onde estava o benfiquista Haris Seferovic para servir de referência. Foram estes dois os protagonistas do 1-0 logo aos 15’. O homem do Eintracht fez o cruzamento perfeito para o cabeceamento certeiro do avançado do Benfica, depois de fugir à marcação de Lenglet.

Era uma vantagem justíssima para uma Suíça sempre no controlo, confortável na sua pele, ao contrário da França, a tentar adaptar-se às mudanças do seu treinador. Mas Deschamps emendou a mão para a segunda parte, tirando Lenglet e apostando no velocista Coman, reformulando a disposição da equipa para o seu normal 4x3x3. Ainda assim, foi a Suíça a ter as melhores oportunidades nos primeiros minutos da segunda parte.

Aos 50’, Seferovic estava ligeiramente desenquadrado com o cruzamento de Embolo, que investiu até à área francesa. E, aos 54’, o lance em que o jogo começou a virar. Após conselho do VAR, o árbitro assinalou penálti a uma falta de Pavard sobre Zuber. Mas, da marca dos 11 metros, Rodríguez denunciou o remate e Lloris não deixou entrar. A partir daqui, a França carregou e, cinco minutos depois, já estava na frente, com dois golos de Benzema.

Aos 57’, Mbappé, até então muito apagado, conseguiu colocar um passe não muito limpo na área suíça, Benzema dominou bem e bateu Yan Sommer. Pouco depois, aos 59’, após uma combinação entre Griezmann e Coman, o homem do Barcelona tentou um primeiro remate que Sommer desviou para o bocadinho de terreno onde estava Benzema, que cabeceou para o 2-1. A França estava por cima e por lá continuou, com o 3-1 aos 75’, num espectacular remate de fora da área de Paul Pogba.

O campeão mundial tinha o jogo na mão, mas a Suíça não desistiu e, aos 85’, ganhou um suplemento de alma com o 3-2, por Seferovic, após um cruzamento tenso de Mbabu – o avançado colocou-se bem entre Kimpembe e Varane e marcou o seu segundo golo no jogo e terceiro no Europeu. A França entrou em modo contenção, mas não conseguiu resistir ao último assalto da Suíça, que chegou ao empate já em tempo de compensação. Xhaka fez um passe longo a rasgar o meio-campo e Gavranovic apontou o 3-3.

Antes do último suspiro nos 90 minutos, Coman ainda atirou uma bola à trave, mas o prolongamento foi uma realidade, tal como tinha sido no Espanha-Croácia. Não houve golos nos 30 minutos extra em Bucareste e a decisão foi para os penáltis. Toda a gente marcou, com maior ou menor dificuldade, nos primeiros nove. Como a Suíça tinha escolhido marcar primeiro, a pressão ficou toda nos ombros de Mbappé: o jovem avançado francês permitiu a defesa de Sommer, deixando a Suíça a festejar um apuramento inédito e um confronto a 2 de Julho, em São Petersburgo, com a Espanha.