Oito golos, prolongamento e apuramento para a Espanha

Foi um jogo electrizante, com direito a reviravolta, o que opôs a Espanha à Croácia, em Copenhaga.

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Reuters/STUART FRANKLIN

Um vendaval de emoções, um cocktail de indefinição, uma paelha de futebol. Qualquer metáfora é válida para descrever o jogo com mais golos do Euro 2020, que carimbou a passagem da Espanha aos quartos-de-final. Foi uma partida épica com a Croácia, em Copenhaga, decidida apenas no prolongamento e com um 3-5 no marcador.

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Um vendaval de emoções, um cocktail de indefinição, uma paelha de futebol. Qualquer metáfora é válida para descrever o jogo com mais golos do Euro 2020, que carimbou a passagem da Espanha aos quartos-de-final. Foi uma partida épica com a Croácia, em Copenhaga, decidida apenas no prolongamento e com um 3-5 no marcador.

Não houve nada de propriamente nos planos de jogo. A Espanha assumiu um domínio avassalador com bola, obrigou o adversário (que apostava sobretudo em ataques rápidos) a desgastar-se e foi circulando com paciência, à espera do momento certo para ferir o rival. Poderia tê-lo feito logo nos primeiros 15 minutos, mas Koke falhou isolado após assistência de Pedri. E aos 19’ Morata desaproveitou um cruzamento de Sarabia.

Parecia uma questão de tempo até Espanha encontrar o caminho da baliza, mas subitamente a Croácia saltou para a frente do marcador. Numa das muitas acções de circulação no terço defensivo, Pedri devolveu a bola ao guarda-redes de perto da linha do meio-campo, Unai Simón tentou dominar com o pé direito mas deixou a bola passar por baixo e encaminhar-se para as redes. Excesso de confiança do guarda-redes do Athletic, 1-0, aos 20’.

A Croácia ganhava um pouco de oxigénio e poderia pensar em gerir o jogo de outra forma, menos especulativa, mas isso não aconteceu. A selecção espanhola, no habitual 4x3x3, continuou a construir apoiado e chegou mesmo ao empate a sete minutos dos 45, numa jogada de insistência concluída por Sarabia, numa recarga.

Chegava o intervalo com uma simples troca de avançados na Croácia. Mas o guião repetiu-se. Espanha a acercar-se do último terço em posse, Pedri com critério no passe, Ferran Torres a cruzar e Azpilicueta, lateral em zona de finalização, a cabecear para o 1-2. Estava consumada a reviravolta, mas não afastados alguns calafrios graças aos ataques rápidos da Croácia, comandados por Modric ou Kovacic.

Quando precisavam de atenção redobrada, os croatas facilitaram. Gvardiol foi beber água numa paragem para uma falta, Gayà bateu longo e rapidamente para as costas do lateral esquerdo, Ferrán Torres recebeu com classe, entrou na área e superou Livakovic, com serenidade, aos 77’.

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A dança das substituições intensificou-se e o jogo parecia sentenciado, mas a Croácia não baixou os braços e foi recompensada. Já a alinhar com uma defesa a três, aos 85’, numa jogada às três tabelas, Orsic rematou na área e a bola foi devolvida já depois da linha de golo - o árbitro fez uso da tecnologia e validou o lance. E quando já poucos pareciam acreditar, uma rápida variação do centro do jogo levou a bola ao corredor esquerdo, seguiu-se um cruzamento tenso e Pasalic (que tinha rendido Vlasic momentos antes) empatou, de cabeça.

Tempo para prolongamento. E para um carrossel de emoções, oportunidades falhadas e um grande golo de um dos jogadores mais criticados pelos adeptos espanhóis neste torneio: Morata recebeu de pé direito ao segundo poste, trocou para o esquerdo e rematou cruzado com tremenda violência para o 3-4, aos 100’. Dois minutos depois, foi Oyarzabal a dar o melhor seguimento a cruzamento de Dani Olmo, assinando o 3-5.

A cadência frenético, de transições e contra-transições, abrandou ligeiramente por força do desgaste acumulado, mas ainda houve direito a um par de lances de perigo junto da baliza espanhola (Budimir esteve perto do quarto golo) e a uma bola no poste da baliza croata, cortesia de Dani Olmo. Seguiu-se o apito final. Os adeptos podiam voltar a respirar.