Primeiro caso de “Delta plus” na Dinamarca é proveniente de Portugal
Segundo o Statens Serum Institut, o caso foi detectado a 21 de Junho num passageiro de um avião proveniente de Portugal. A chamada “Delta plus” é a mesma que ficou conhecida em Portugal como “mutação nepalesa”.
O primeiro caso detectado na Dinamarca daquela que tem sido designada como a variante “Delta plus" do vírus da covid-19 será o de um passageiro proveniente de Portugal, segundo refere o instituto dinamarquês de prevenção de doenças contagiosas no seu site.
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O primeiro caso detectado na Dinamarca daquela que tem sido designada como a variante “Delta plus" do vírus da covid-19 será o de um passageiro proveniente de Portugal, segundo refere o instituto dinamarquês de prevenção de doenças contagiosas no seu site.
Segundo o Statens Serum Institut, o caso foi detectado a 21 de Junho num passageiro de um avião proveniente de Portugal.
A chamada “Delta plus” é, tal como explicava há dias ao PÚBLICO o investigador João Paulo Gomes, a mesma que ficou conhecida em Portugal como “mutação nepalesa”, na altura em que o Reino Unido a usou como justificação para retirar Portugal da “lista verde” de viagens. A mutação em causa é a K417N.
A detecção deste caso na Dinamarca foi confirmado após a realização de um teste PCR e “sequenciamento do genoma completo”. Tanto o passageiro infectado, como os viajantes do avião estão em isolamento, não se tendo registado ainda mais nenhum caso positivo.
Segundo o Statens Serum Institut, a variante “Delta plus” (também designada “Delta-AY.1.”) está relacionada com o aumento da infecciosidade e diminuição da eficácia dos anticorpos neutralizantes, mas dados preliminares indicam que as vacinas funcionam contra aquela mutação. Casos associados a esta variante já foram encontrados em vários países.
“Para já, não há indicação de que o Delta-AY.1 esteja a espalhar-se mais do que a variante Delta sem a mutação K417N”, refere Troels Lillebæk, chefe do departamento do SSI e professor do Departamento de Saúde da Universidade de Copenhaga, no comunicado.
As autoridades de saúde estimam que a variante Delta do coronavírus (sem a mutação K417N), associada à Índia, seja responsável por mais de 70% dos casos de infecção em Lisboa e Vale do Tejo e que já seja a predominante em Portugal.
De acordo com o relatório das “linhas vermelhas” da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA), a variante Delta, considerada pelos especialistas mais contagiosa e classificada como de preocupação pela Organização Mundial de Saúde, está em “rápida expansão” em território continental, “à semelhança do que aconteceu no Reino Unido”.
“Com base na sequenciação genómica, a estimativa da proporção de casos SARS-CoV-2 da variante Delta para Portugal continental, de 2 a 15 de Junho, foi de 51%”, refere o INSA, que avança ainda que apenas 3% devem pertencer à sublinhagem com a mutação de interesse K417N, designada como “Delta plus”.
O investigador Miguel Castanho também explicou que a “Delta plus” tem uma mutação “que já existia na mutação na variante da África do Sul (Beta), só que mutação nepalesa surge cumulativamente com as mutações da variante indiana”.
Segundo o investigador, a alteração na proteína, que origina a nova mutação, pode ter um impacto na interacção com as células humanas e com os anticorpos e pode, portanto, conduzir a infecções, “mas à partida nem é possível prever, na nossa perspectiva do ser humano, se é para melhor ou para pior”.