Nova CEO da TAP: Pandemia “continuará a ser um desafio” para a aviação
“Iremos comunicar com mais pormenor, nos próximos meses, as diferentes etapas” do plano de reestruturação, adiantou Christine Ourmières-Widener numa mensagem aos trabalhadores no seu primeiro dia em funções , sublinhando que a sua aplicação “será a “principal prioridade”.
No primeiro dia em que assumiu funções, a nova presidente executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widener, enviou uma mensagem por vídeo aos trabalhadores da empresa, na qual refere que a pandemia de covid-19 “tem sido e continuará a ser um desafio para a nossa indústria”. Depois de se apresentar, e num discurso de perto de cinco minutos proferido em inglês, legendado em português, a gestora francesa refere que “o último ano foi particularmente difícil” para a companhia aérea portuguesa para os seus trabalhadores.
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No primeiro dia em que assumiu funções, a nova presidente executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widener, enviou uma mensagem por vídeo aos trabalhadores da empresa, na qual refere que a pandemia de covid-19 “tem sido e continuará a ser um desafio para a nossa indústria”. Depois de se apresentar, e num discurso de perto de cinco minutos proferido em inglês, legendado em português, a gestora francesa refere que “o último ano foi particularmente difícil” para a companhia aérea portuguesa para os seus trabalhadores.
“Estamos a viver um momento crucial para a TAP, que vamos superar juntos”, vincou, acrescentando ser “muito importante” dar “continuidade à estratégia geral e à implementação do plano de reestruturação”. “Iremos comunicar com mais pormenor, nos próximos meses, as diferentes etapas deste plano”, adiantou, sublinhando que a sua aplicação “será a “principal prioridade” da nova gestão e da empresa.
“Tenho consciência de que existem muitos desafios no plano de reestruturação. Existem dificuldades, mas também muitas oportunidades no nosso caminho”, afirmou. Falta, no entanto, que a Comissão Europeia dê a necessária luz verde ao plano apresentado Governo em Dezembro.
Já o novo presidente do conselho de administração, Manuel Beja (ex-Novabase), enviou uma mensagem escrita na qual diz aos trabalhadores que assume as funções com um “enorme sentido de responsabilidade”.
“Em conjunto com os administradores não executivos, trabalharei para criar as condições necessárias para que a comissão executiva, liderada por Christine Ourmières-Widener, se concentre no seu desígnio: conduzir a TAP rumo a um futuro sustentável”, destacou o gestor, que substitui Miguel Frasquilho no cargo.
Em comunicado, o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA) diz desejar “sucesso à nova equipa de gestão, especialmente à sua nova CEO”, mas pede a Christine Ourmieres-Widener “que ponha fim ao clima tóxico em que vivem actualmente os trabalhadores da empresa e que dê como terminado o eventual processo de despedimento colectivo no qual ainda se encontram 187 colaboradores da companhia”.
De acordo com o seu presidente, Paulo Manso, os trabalhadores, em vez de se sentirem respeitados, sentem “medo, desconfiança”. “E, no caso específico dos TMA [técnicos de manutenção de aeronaves], sentimos também preocupação” porque, diz, “estão a ser empurradas para fora da empresa pessoas altamente qualificadas que vão fazer falta”. “O SITEMA não deixará de recorrer a todos os meios à sua disposição na defesa dos seus sócios”, sublinha Paulo Manso.
Monitorizar auxílios de Estado
Christine Ourmières-Widener faz também parte de uma nova estrutura criada na TAP, a comissão de monitorização dos auxílios de Estado, que será presidida por Patrício Ramos Castro, um gestor de topo da BCG – consultora contratada para ajudar a empresa pública a elaborar e executar o plano de reestruturação da companhia.
Ligado à BCG desde 1999, Patrício Ramos foi também nomeado membro do conselho de administração da empresa na sequência da assembleia-geral de accionistas que se reuniu esta quinta-feira para nomear os responsáveis da TAP para o período de 2021-2024. A nova comissão conta também com João Gameiro, o novo administrador executivo com o pelouro financeiro.
O Estado já emprestou 1200 milhões de euros à TAP em 2020 e este ano injectou mais 462 na TAP SA, da qual passou a deter directamente 91,8% do capital. As contas do Governo passam pela aplicação de 2970 milhões de euros, acabando as necessidades de apoio em 2023, mas o valor poderá ir até aos 3725 milhões de euros até 2024 num cenário mais agravado.
De acordo com a TAP, a assembleia-geral contou com “cerca de 97,6% do capital social da TAP SGPS”, do qual o Estado é dono de 72,5%, cabendo outros 22,5% a Humberto Pedrosa e 5% a trabalhadores e outros investidores minoritários. A eleição dos novos membros dos órgãos e corpos sociais da TAP SGPS para o período 2021-2024, diz a empresa, “foi aprovada por 99,99% dos votos expressos”.