Fundo de Recuperação selou venda da JMA Felpos

Escritura feita na quarta-feira confirma alienação de uma das empresas do grupo Moretextile. Empresa está praticamente parada desde Abril.

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Adriano Miranda

A empresa JMA Felpos, do grupo Moretextile, foi finalmente vendida à Felpinter. A escritura foi feita na quarta-feira passada, após meses sucessivos de adiamento, embora o comprador já tivesse, na prática tomado posse das instalações e do negócio desta fábrica sediada no concelho de Santo Tirso.

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A empresa JMA Felpos, do grupo Moretextile, foi finalmente vendida à Felpinter. A escritura foi feita na quarta-feira passada, após meses sucessivos de adiamento, embora o comprador já tivesse, na prática tomado posse das instalações e do negócio desta fábrica sediada no concelho de Santo Tirso.

A escritura foi feita na quarta-feira à tarde, ao que o PÚBLICO apurou, e envolverá cerca de dois milhões de euros, a pagar em vários anos. O principal credor financeiro é o BCP, mas como o valor da venda não cobre as dívidas, a empresa deverá apresentar-se como insolvente perante a justiça.

A JMA Felpos é uma das três empresas que pertenciam ao grupo Moretextile, a par da insolvente Coelima, que verá o seu futuro decidido hoje, e da António Almeida & Filhos, que também está à venda. Em 2019, o grupo tinha vendido o negócio da fiação, a Tearfil, à empresa Fifitex, para se concentrar na roupa de cama e felpos.

O fundo accionista das três empresas ainda à venda foi constituído pelos bancos que detinham créditos sobre aquelas fábricas do Vale do Ave. Gerido pela sociedade ECS Capital, o Fundo de Recuperação tinha uma longevidade de dez anos, que se estão a esgotar – a cláusula que permitiria prolongá-lo não foi accionada. Está, por isso, em vias de alienar todos os veículos financeiros constituídos há cerca de dez anos para ajudar a viabilizar a continuidade de empresas têxteis e do sector do turismo, aliviando ao mesmo tempo estes créditos do balanço desses bancos.

No caso da JMA Felpos, a empresa estava praticamente parada desde Abril. Até ao momento, não houve qualquer comunicação a dar conta da intenção do novo accionista para esta unidade.