Casos da variante Delta subiram 46% no Reino Unido na última semana

Cerca de 95% dos casos sequenciados do vírus no Reino Unido já pertencem a esta linhagem associada à Índia.

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Partículas do coronavírus SARS-CoV-2 NIAID

Os casos associados à variante genética Delta continuam a subir no Reino Unido e cerca de 95% dos casos sequenciados já pertencem a esta linhagem genética associada à Índia. Na última semana, houve um aumento de 35.204 casos desta variante, totalizando-se agora 111.157 casos, de acordo com o último relatório da Public Health England (PHE), a Direcção-Geral da Saúde de Inglaterra. Esses números representam um aumento de 46%. Já da Delta plus (a Delta com a mutação K417N) contabilizam-se até agora 42 casos.

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Os casos associados à variante genética Delta continuam a subir no Reino Unido e cerca de 95% dos casos sequenciados já pertencem a esta linhagem genética associada à Índia. Na última semana, houve um aumento de 35.204 casos desta variante, totalizando-se agora 111.157 casos, de acordo com o último relatório da Public Health England (PHE), a Direcção-Geral da Saúde de Inglaterra. Esses números representam um aumento de 46%. Já da Delta plus (a Delta com a mutação K417N) contabilizam-se até agora 42 casos.

Em Portugal continental, a estimativa da proporção de casos SARS-CoV-2 da variante Delta foi de 51 %, entre 2 e 15 de Junho, com base na sequenciação genómica, segundo o último relatório de monitorização das linhas vermelhas para a covid-19 do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) e da Direcção-Geral da Saúde. Portanto, estima-se que a Delta se tenha sobreposto à variante Alfa (associada ao Reino Unido e a que prevaleceu em Maio), sendo já dominante no país. “Apesar de muitos resultados relativos a este mês estarem ainda por apurar, observou-se uma heterogeneidade considerável entre as várias regiões”, refere-se no relatório desta sexta-feira. Por exemplo, o Norte tem um valor estimado para esta variante de cerca de 20%, enquanto se estima que em Lisboa e Vale do Tejo esse valor exceda já os 70%. 

Estima-se ainda que apenas cerca de 3% dos últimos casos sequenciados da Delta pertençam à Delta plus, sugerindo-se “uma circulação residual” desta sublinhagem.  

Precisamente sobre a Delta plus, no relatório da PHE indica-se que “resultados muito preliminares” sobre a neutralização da Delta com a K417N num pequeno número de soro de pessoas já vacinadas “são tranquilizadores”, mas que são necessários testes adicionais.

No mesmo relatório, refere-se que há uma nova variante sob investigação, a Lambda (C.37), desde 23 de Junho “devido à expansão internacional e várias mutações importantes, incluindo a L452Q e a F490S”. Até agora, foram identificados no Reino Unido seis casos desta variante associada ao Peru e todos eles estão ligados a viagens do exterior.

“A primeira amostra sequenciada foi reportada no Peru e a Lambda já foi sequenciada em 26 países até à data”, lê-se no relatório. Há pelo menos um caso desta variante que já foi sequenciado em Portugal, de acordo com o site do Estudo da Diversidade Genética do Novo Coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal, liderado pelo Insa.

Por enquanto, não há provas de que a Lambda cause uma doença mais grave ou que torne as vacinas menos eficazes, de acordo com o relatório. A Organização Mundial da Saúde classificou a Lambda como variante de interesse a 14 de Junho. A PHE está a realizar testes em laboratório para entender melhor o impacto das mutações no comportamento do vírus.

Nos dados apresentados no relatório nota-se que 1320 pessoas foram admitidas num hospital em Inglaterra com a variante Delta até 21 de Junho, uma subida de 514 em relação à semana anterior, de acordo com o jornal The Guardian. Destas últimas, 304 não estavam vacinadas. Assinala-se também que as vacinas continuam a ter “um efeito crucial nas admissões em hospital e nas mortes”.

“Com o sucesso do programa de vacinação, os dados sugerem que começámos a quebrar a ligação entre os casos e as hospitalizações. Estas são notícias encorajadoras, mas não podemos tornar-nos complacentes”, afirma Jenny Harries, directora da Agência de Segurança na Saúde britânica, num comunicado da PHE. “Duas doses da vacina são muito mais eficazes contra a covid-19 do que uma única dose, portanto, tem de se certificar que receberá a segunda dose assim que for chamado”, disse, apelando para que se continuem a cumprir as medidas de protecção já conhecidas, como a lavagem das mãos e o arejamento dos espaços interiores.