SADC aprova envio de soldados para combater insurgentes no Norte de Moçambique

Países do Sul de África aprovam “mandato de força conjunta”, mas não avançam detalhes sobre o tamanho da força militar ou as datas do destacamento em Cabo Delgado.

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Chegada de deslocados de Palma ao bairro de de Paquitequete, em Pemba Paulo Pimenta

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou esta quarta-feira o envio de soldados para o Norte de Moçambique, para ajudarem Exército moçambicano a responder aos ataques perpetrados por grupos de insurgentes de inspiração islamista na região de Cabo Delgado.

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A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou esta quarta-feira o envio de soldados para o Norte de Moçambique, para ajudarem Exército moçambicano a responder aos ataques perpetrados por grupos de insurgentes de inspiração islamista na região de Cabo Delgado.

“A cimeira aprovou o mandato de uma força conjunta em estado de alerta para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo e ao extremismo violento em Cabo Delgado”, declarou, citada pela Lusa, a secretária da organização, Stergomena Lawrence Tax, no final da cimeira extraordinária realizada em Maputo.

O comunicado oficial da SADC – que é composto por 16 países da região Sul de África, incluindo Moçambique, Angola, África do Sul, Tanzânia, Zimbabué ou Namíbia – não revela, no entanto, quaisquer detalhes sobre o número de soldados que serão destacados, nem sequer avança com datas para o seu destacamento.

Esta posição da SADC surge ao fim de vários meses de desentendimentos entre os seus principais membros sobre a melhor forma de combater os insurgentes em Cabo Delgado. Apesar de os ataques em localidades como Palma se terem intensificado, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, sempre se mostrou reticente em aceitar a entrada de tropas estrangeiras no país.

A acção violenta de grupos armados com ligações aos islamistas da Al-Shabab – que, por sua vez, juram lealdade ao Daesh – na província de Cabo Delgado já provocou 2800 mortos, perto de 800 mil deslocados e uma enorme crise humanitária na região. 

Levou ainda à suspensão das actividades da petrolífera francesa Total, responsável por um dos maiores projectos de exploração de gás do continente africano, baseado em Afungi.