Covid-19: ministra da Saúde admite travão no desconfinamento

Acelerar vacinação, garantir o acesso a testes e medidas para conter a transmissão do vírus são as três prioridades elencadas por Marta Temido.

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Marta Temido não afasta hipótese de novas medidas para enfrenar a covid-19 LUSA/ANTONIO PEDRO SANTOS

O agravamento da situação epidemiológica da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo pode levar a novas medidas de contenção da pandemia e a um eventual travão no processo de desconfinamento, admitiu esta segunda-feira a ministra da Saúde.

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O agravamento da situação epidemiológica da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo pode levar a novas medidas de contenção da pandemia e a um eventual travão no processo de desconfinamento, admitiu esta segunda-feira a ministra da Saúde.

“Sempre dissemos que as linhas dos nossos mapas de referência são indicadores que nos levam a travar ou acelerar e a tomar medidas em função daquilo que é a situação. Sabemos que estamos com um risco efectivo de transmissão elevado (1,19) e com um número de novos casos por dia que é também elevado”, afirmou Marta Temido aos jornalistas à saída da tomada de posse da nova direcção da Associação Nacional de Farmácias.

O objectivo do Governo para a vacinação é que no mês de Julho seja possível administrar mais de 130 mil vacinas por dia, confirmou esta segunda-feira a ministra da Saúde. “A task-force tem estado a trabalhar no sentido de maximizar todas as oportunidades de vacinação em termos de disponibilidade de vacinas, que é sempre uma limitação, em termos de aproveitamento dos agendamentos e aproveitamento dos recursos que estão afectos a este processo”, justificou. Marta Temido avançou ainda que a semana passada foi a melhor semana de vacinação até ao momento.

Reconhecendo que a prevalência da variante Delta, inicialmente detectada na Índia, é já dominante na Área Metropolitana de Lisboa e que deverá estender-se brevemente ao resto do território nacional, a governante elencou três prioridades na resposta ao actual cenário.

“Continuar a acelerar a vacinação, garantir o acesso a testes e que esse acesso seja efectivamente utilizado pelas pessoas para saberem qual a sua situação e actuar em conformidade, e, depois, que algumas medidas de contenção do risco de transmissão sejam utilizadas. Tivemos uma delas neste fim-de-semana em vigor na Área Metropolitana de Lisboa e vamos continuar a acompanhar a situação e a avaliar o que é necessário fazer”, observou.

A ministra da Saúde reconheceu esta segunda-feira que Portugal está em “contraciclo” com outros países europeus no que toca à transmissão da covid-19. “Num contexto em que a maioria dos países europeus estão com números que são de decréscimo da transmissão das infecções, evidentemente, que esta situação em que o país está de contraciclo nos é desfavorável”, disse, referindo ainda que isso prejudica a imagem do país a nível externo. 

“O apelo é para que todos tenham um pouco mais de paciência e que mantenham a adopção das medidas”, lembrou Marta Temido. 

Questionada sobre a rapidez de realização dos inquéritos epidemiológicos, que, segundo o último relatório de “linhas vermelhas”, já estará próximo do limite de 10% fixado para os casos confirmados de covid-19 notificados com atraso, Marta Temido enfatizou não haver nesta fase problemas de resposta a este nível.

“Os rastreios estão a ser realizados dentro dos tempos com os quais assumimos o compromisso de qualidade da resposta. Neste momento, o problema a que todos assistimos, disse, esperemos que não seja o de capacidade de resposta, quer de inquéritos epidemiológicos, quer do sistema de saúde”.

Em Portugal, morreram 17.068 pessoas em 865.806 casos de infecção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direcção-Geral da Saúde.