A democracia da Espanha está com falta do ingrediente fundamental das democracias: o espaço do compromisso. O processo do independentismo catalão extremou posições, instigou a intolerância, consumou a ruptura entre partes importantes da sociedade, promoveu a violação de normas constitucionais, determinou a prisão de políticos sob a capa da delinquência comum, fez crescer o extremismo e mergulhou o país vizinho numa crise sem fim à vista. Neste cenário negro, a decisão do presidente do Governo de avançar com o indulto de nove dos presos do procés pode ser lida como uma capitulação, uma renúncia aos princípios ou como uma assunção de culpas do regime. Há, porém, outra maneira de a encarar: como um acto de coragem que lança pontes para o diálogo e pode isolar os radicalismos da direita e do independentismo catalão.
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A democracia da Espanha está com falta do ingrediente fundamental das democracias: o espaço do compromisso. O processo do independentismo catalão extremou posições, instigou a intolerância, consumou a ruptura entre partes importantes da sociedade, promoveu a violação de normas constitucionais, determinou a prisão de políticos sob a capa da delinquência comum, fez crescer o extremismo e mergulhou o país vizinho numa crise sem fim à vista. Neste cenário negro, a decisão do presidente do Governo de avançar com o indulto de nove dos presos do procés pode ser lida como uma capitulação, uma renúncia aos princípios ou como uma assunção de culpas do regime. Há, porém, outra maneira de a encarar: como um acto de coragem que lança pontes para o diálogo e pode isolar os radicalismos da direita e do independentismo catalão.