Filme brasileiro Última Floresta vence Prémio do Público na secção Panorama do Festival de Berlim

Documentário realizado por Luiz Bolognesi dá voz aos povos indígenas da floresta amazónica, por via de um argumento escrito pelo xamã Davi Kopenawa Yanomami.

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Última Floresta, de Luiz Bolognesi DR

A Berlinale - Festival Internacional de Cinema de Berlim 2021 encerrou este domingo a edição de Verão premiando, por escolha do público, na secção Panorama, o filme Última Floresta, do brasileiro Luiz Bolognesi, sobre os povos indígenas da Amazónia.

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A Berlinale - Festival Internacional de Cinema de Berlim 2021 encerrou este domingo a edição de Verão premiando, por escolha do público, na secção Panorama, o filme Última Floresta, do brasileiro Luiz Bolognesi, sobre os povos indígenas da Amazónia.

Em segundo lugar, nesta secção paralela do festival, ficou a produção hispano-libanesa Miguel's War, dirigida por Eliane Rahed, sobre um homossexual que cresceu num meio ultraconservador libanês, e que se afastou do país, durante a guerra civil. Estes dois filmes foram os vencedores do voto do público na categoria Panorama, a segunda mais importante deste festival alemão.

O documentário Última Floresta dá voz aos povos indígenas da floresta amazónica, por via de um argumento escrito pelo xamã Davi Kopenawa Yanomami. O filme, que agora ganhou o Prémio do Público, recria a existência da cultura Yanomami e da sua língua, uma comunidade que vive isolada na selva amazónica e luta para defender o seu modo de vida. Luiz Bolognesi já tinha marcado presença no festival alemão em 2018 com o filme Ex-Pajé, também voltado para o mundo indígena.

A Guerra de Miguel, que também ganhou um dos Teddy Awards de cinema comprometido com o colectivo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero), é dirigido pela cineasta libanesa Eliane Raheb e retrata um homossexual que, após fugir da guerra e da repressão no Líbano, há 37 anos, para a Madrid pós-Franco, regressa ao seu país de origem e enfrenta os seus fantasmas do passado.

Os prémios do público da secção Panorama foram entregues este domingo, naquele que é o último dia do chamado Festival de Verão que a Berlinale realizou este ano, pela primeira vez.

Os vencedores dos prémios oficiais já haviam sido anunciados em Março, após a edição virtual de apenas cinco dias, reservada ao sector profissional do cinema e à crítica. A longa-metragem Bad Luck Banging or Loony Porn, do realizador romeno Radu Jude, venceu o Urso de Ouro da Berlinale, prémio máximo do certame.

Co-produção da Roménia com o Luxemburgo, a Croácia e a República Checa, a comédia, escrita pelo realizador, que a definiu como um “cartoon político”, teve estreia internacional em Berlim e esteve no centro das atenções, ao visar a corrupção e os vícios do país de origem, em forma de sátira. Este filme tem data prevista de estreia em Portugal a 9 de Setembro próximo.

A segunda maior distinção na secção oficial, o Grande Prémio do Júri, foi para o japonês Ryusuke Hamaguchi por Roda da Fortuna e Fantasia, enquanto o Urso de Prata pela melhor contribuição artística foi conquistado pelo mexicano Um Filme Policial, dirigido de Alonso Ruizpalacios.

O Prémio do PÚBLICO foi para o filme alemão Mr. Bachmann and His Class, de Maria Speth.

Esta foi uma edição atípica da Berlinale, dividida entre uma versão virtual e outra presencial, separadas por três meses de distância, devido à pandemia de covid-19. Ao todo, foram exibidos 126 filmes nesta edição de Verão, em 16 espaços distribuídos pelo centro da capital alemã e dos seus bairros, sendo a maior parte espaços já destinados ao cinema de Verão.

Notícia corrigida: os prémios do público agora atribuídos dizem respeito à secção paralela Panorama.