1. Em Bruges, na sexta-feira, o primeiro-ministro português procurou fazer três coisas. Contar a história da integração europeia e dos grandes desafios que enfrenta, contando a história do político que foi escolhido como patrono na formação do Colégio da Europa 2020-2021, que termina agora o seu curso, de nome Mário Soares. Fazer o primeiro balanço dos seis meses da presidência europeia de Portugal, prestes a terminar. A partir da dureza e das exigências da crise pandémica que a definiu, tal como definiu o ano lectivo dos alunos de Bruges, olhar para o futuro da Europa e pensar qual pode ser, daqui para a frente, o melhor caminho. Falou durante pouco mais de meia hora. Foi aplaudido de pé pelos alunos. Forneceu algumas ideias para o debate europeu que não se afastaram daquelas que defendeu noutro discurso na mesma cidade belga e no mesmo colégio que forma parte da elite de Bruxelas e das diplomacias dos Estados-membros, feito em Setembro de 2017, quando a Europa ainda estava a sair do desastre da crise do euro. Nessa altura, o primeiro-ministro defendeu uma reforma da arquitectura da zona euro que olhasse em primeiro lugar para a convergência real entre as suas economias, que considerava ser a forma mais efectiva de garantir a sua resistência aos choques assimétricos que sofresse no futuro — como o que sofreu com a crise financeira internacional. Algumas das suas ideias eram, na altura, olhadas no Norte da Europa — e, em primeiro lugar, em Berlim – como tabus. António Costa defendia um orçamento próprio da zona euro, capaz de financiar as reformas indispensáveis à convergência real das economias aumentando a resiliência das economias mais frágeis a futuros choques assimétricos inevitáveis. Como lembrou agora, propôs nessa altura “a criação de instrumentos de política orçamental centrados no investimento na promoção da convergência real, com critérios e indicadores claros para medir os progressos obtidos, cuja execução condiciona a transferência gradual das tranches de financiamento”. Era esta, de facto, a sua concepção do que deveria ser um orçamento próprio da zona euro.
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1. Em Bruges, na sexta-feira, o primeiro-ministro português procurou fazer três coisas. Contar a história da integração europeia e dos grandes desafios que enfrenta, contando a história do político que foi escolhido como patrono na formação do Colégio da Europa 2020-2021, que termina agora o seu curso, de nome Mário Soares. Fazer o primeiro balanço dos seis meses da presidência europeia de Portugal, prestes a terminar. A partir da dureza e das exigências da crise pandémica que a definiu, tal como definiu o ano lectivo dos alunos de Bruges, olhar para o futuro da Europa e pensar qual pode ser, daqui para a frente, o melhor caminho. Falou durante pouco mais de meia hora. Foi aplaudido de pé pelos alunos. Forneceu algumas ideias para o debate europeu que não se afastaram daquelas que defendeu noutro discurso na mesma cidade belga e no mesmo colégio que forma parte da elite de Bruxelas e das diplomacias dos Estados-membros, feito em Setembro de 2017, quando a Europa ainda estava a sair do desastre da crise do euro. Nessa altura, o primeiro-ministro defendeu uma reforma da arquitectura da zona euro que olhasse em primeiro lugar para a convergência real entre as suas economias, que considerava ser a forma mais efectiva de garantir a sua resistência aos choques assimétricos que sofresse no futuro — como o que sofreu com a crise financeira internacional. Algumas das suas ideias eram, na altura, olhadas no Norte da Europa — e, em primeiro lugar, em Berlim – como tabus. António Costa defendia um orçamento próprio da zona euro, capaz de financiar as reformas indispensáveis à convergência real das economias aumentando a resiliência das economias mais frágeis a futuros choques assimétricos inevitáveis. Como lembrou agora, propôs nessa altura “a criação de instrumentos de política orçamental centrados no investimento na promoção da convergência real, com critérios e indicadores claros para medir os progressos obtidos, cuja execução condiciona a transferência gradual das tranches de financiamento”. Era esta, de facto, a sua concepção do que deveria ser um orçamento próprio da zona euro.