Magia húngara trava apuramento da França

Empate na Puskas Arena abre novos cenários no grupo de Portugal. Selecção da casa esteve em vantagem e obrigou os campeões do mundo a uma breve visita ao inferno.

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Hungria e França empataram (1-1) este sábado em Budapeste, numa Puskas Arena infernal para os campeões do mundo, forçados a travar a fundo nos planos de qualificação para a segunda ronda, depois da vitória sobre a Alemanha

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Hungria e França empataram (1-1) este sábado em Budapeste, numa Puskas Arena infernal para os campeões do mundo, forçados a travar a fundo nos planos de qualificação para a segunda ronda, depois da vitória sobre a Alemanha

Os húngaros estiveram, inclusive, em vantagem, com um golo de Fiola (45+2'), deixando escapar um triunfo que perseguem há 45 anos, na sequência de uma falha defensiva que Griezmann aproveitou para evitar um cenário impensável.

A França teve que suportar a entrada afoita dos húngaros, empenhados num início sufocante, conjugando as temperaturas elevadas, o peso de um estádio repleto e o espírito guerreiro dos jogadores. Caso tivesse tido a capacidade de marcar nesse período de dez minutos de fortíssima pressão, a Hungria teria acumulado um capital importante para tentar gerir um quadro em tudo semelhante ao que conseguiu frente a Portugal até muito perto do final do encontro.

O plano de Marco Rossi era quase perfeito, mas a França só precisou de reunir as tropas e de acelerar um pouco para acantonar a selecção magiar. Em apenas cinco minutos, Mbappé e Griezmann criaram situações suficientes para fazer ruir a muralha húngara, dando início a uma fase de intocável soberania dos campeões do mundo.

Esvaziada a empáfia inicial dos homens da casa, a França assumia a vocação de carrasco, comprimindo um bloco que abria brechas mas ia resistindo graças ao desperdício de Benzema e Mbappé, incrédulos perante a sucessão de lances falhados junto da baliza do gigante Gulácsi, inabalável na baliza.

Reposta a ordem natural das coisas, a França começava a sentir-se imune a qualquer rasgo húngaro, especialmente depois da lesão do capitão Ádám Szalai, aos 26’. E esse terá sido o principal equívoco da equipa de Deschamps, numa altura em que os franceses começavam a pensar como contornar a barreira magiar.

Chegados ao período de compensação da primeira metade, num erro defensivo em que Varane foi surpreendido por Fiola, a Hungria conseguiu o impensável e bateu mesmo Hugo Lloris, numa explosão de euforia que atingiu a França com a força de um cometa. 

Se o nulo já se afigurava como um osso duro de roer, a desvantagem obrigava a França a apelar a todas as capacidades dos seus bombardeiros. Deschamps ainda adiou a entrada de Dembélé, que surgiu em campo 12 minutos depois do reinício do jogo, por troca com Rabiot.

A França sabia que a vitória sobre a Alemanha perderia quase todo o significado se não tivesse continuidade numa tarde em que se esperava uma qualificação natural para os oitavos-de-final. E mesmo perante uma Hungria motivadíssima, havia que arriscar. Dembélé entrava determinado e no primeiro remate fazia tremer o poste.

A França haveria de chegar ao empate num lance em que Lloris bateu muito longo, numa ligação directa ao ataque e a Mbappé, que no meio de dois defesas aproveitou a hesitação da Hungria para ganhar a bola e cruzar atrasado para a entrada triunfal de Griezmann, melhor marcador do Euro 2016. A França respirava de alívio e partia em busca da vitória, mais uma vez com Mbappé a liderar as operações e a falhar por muito pouco o segundo dos “bleus”.

Inconformado, Deschamps trocava Pogba por Tolisso e Benzema por Giroud, mas a Hungria resistia a todas as variações, com Gulácsi a conservar a igualdade. Mas o cerco montado pela França perderia uma unidade que estava a espartilhar a defesa húngara, com Dembélé a sair com queixas físicas. O cronómetro acelerou até ao fim e a França já não foi capaz de evitar um empate que pode baralhar as contas do Grupo F.