Victor Zamora celebra a cultura cubana na Casa da Cerca com Gracías, Compay!

Segundo concerto do ciclo Há Música na Casa da Cerca, Victor Zamora e Sexteto Cuba homenageiam a música cubana em Gracías, Compay! Este sábado em Almada, às 18h.

Foto
Victor Zamora (ao centro) com o Sexteto Cuba DR

Um mês depois de Braima Galissá ter aberto o ciclo anual Há Música na Casa da Cerca, é agora a vez de Victor Zamora, pianista cubano com uma longa carreira e radicado em Portugal há duas décadas, apresentar o espectáculo Gracías, Compay!, que se apresenta em Almada em estreia oficial, depois de um ensaio colectivo na Fábrica Braço de Prata. O concerto decorrerá este sábado, pelas 18h, no Anfiteatro do Jardim Botânico da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, com entrada livre (máximo 50 lugares) e vai ser filmado para transmissão posterior no Facebook do PÚBLICO, no dia 27 às 18h.

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Um mês depois de Braima Galissá ter aberto o ciclo anual Há Música na Casa da Cerca, é agora a vez de Victor Zamora, pianista cubano com uma longa carreira e radicado em Portugal há duas décadas, apresentar o espectáculo Gracías, Compay!, que se apresenta em Almada em estreia oficial, depois de um ensaio colectivo na Fábrica Braço de Prata. O concerto decorrerá este sábado, pelas 18h, no Anfiteatro do Jardim Botânico da Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea, com entrada livre (máximo 50 lugares) e vai ser filmado para transmissão posterior no Facebook do PÚBLICO, no dia 27 às 18h.

O nome do espectáculo, celebrando a música cubana da primeira metade do século XX, alude a Compay Segundo (1907-2003), nome artístico de Máximo Francisco Repilado Muñoz Telles, cantor e compositor cubano que no final dos anos 90 voltou à ribalta no supergrupo Buena Vista Social Club, levando a todo o mundo (em múltiplos concertos e no filme de Wim Wenders) o calor e a alma da música de Cuba. Ao PÚBLICO, Victor  Zamora explica o que o motivou: “A ideia não foi só minha, tive-a juntamente com outros colegas e andava na minha cabeça há anos: fazer uma homenagem a Compay Segundo, ao Buena Vista Social Club e à música cubana mais tradicional. Vivo aqui há 20 anos, mas tenho uma carreira que já vem de trás, trabalhando com muitos músicos e cantores. Então senti-me na obrigação de fazer qualquer coisa com a minha cultura.”

Mas foi um episódio mais recente que o fez apressar tal projecto: “Havia a possibilidade de tocar com os ‘compay segundos’, mesmo, numa viagem à Rússia. Mas fui fazer um teste de covid-19 e deu positivo, embora completamente assintomático, e a viagem ficou sem efeito. Mas foi um falso covid.” Isso deu-lhe maior vontade de avançar com o projecto em Portugal, celebrando a música cubana dos anos 30, 40 e 50, aquela que Compay e o Buena Vista Social Club trouxeram de novo para a ribalta. “Graças a Deus, temos aqui os músicos cubanos com essas características, para todos os instrumentos necessários. E não há duplos, só há um de cada! Claro que não fazemos exactamente como o Buena Vista, fazemo-lo à nossa maneira, mas com a base tradicional cubana: trompete, o tres cubano, dois cantores ‘guajiros’ [de origem camponesa], numa banda bem cubana. E estou muito feliz, porque conseguimos bons resultados.”

Pianista, Victor Zamora nasceu em 1973, em Cuba, onde estudou música e se graduou, começando a trabalhar em vários projectos de jazz e de música cubana e participando depois em festivais. “Nasci em Santa Clara, também sou ‘guajiro’ e o meu primeiro instrumento foi o tres, que é essencialíssimo à música cubana. Tem três cordas duplas e tem uma sonoridade parecida com a da guitarra portuguesa, embora esta tenha muito mais cordas.” Em Portugal, onde reside desde 1999, tem tocado com muitos músicos, de várias áreas (jazz, pop, música portuguesa), actuando um pouco por todo o mundo com projectos próprios ou como músico convidado. Gracías, Compay! é o seu projecto mais recente: “Temos um trabalho bem dinâmico, bonito de ver. E queremos, mais que tudo, levar a todos os cantinhos que pudermos um pouco da cultura verdadeiramente cubana.”

Com Victor Zamora (direcção musical, piano, coros) estão neste projecto outros seis músicos cubanos, sob a designação de Sexteto Cuba: Pedro Aguilar Corrales (baixo eléctrico e coros), Ivan D’Sousa (bateria e coros), Osvaldo Pegudo (percussão), Raidel Gonzaléz Ortiz (trompete), Gretel Camames (voz) e José Debray (voz e tres cubano).

O programa Há Música na Casa da Cerca, este ano na sua 7.ª edição, é desenvolvido desde 2015 pela Casa da Cerca - Centro de Arte Contemporânea (Almada), em parceria com a editora e produtora discográfica PontoZurca e realiza-se em vários espaços da Casa, nos formatos Música nas Exposições e Concertos ao Pôr do Sol.