Infarmed registou mais de 7500 suspeitas de reacções adversas à vacina
Desde o início da campanha de vacinação a 27 de Dezembro de 2020 até ao passado domingo, foram registadas 7576 notificações de reacções adversas, num total de 7.371.032 doses administradas, 3032 (40%) classificadas como “graves” e 4.544 (60%) como não graves.
Mais de 7500 suspeitas de reacções adversas às vacinas contra a covid-19 foram notificadas em Portugal, entre as quais 51 casos de morte em idosos, segundo segundo um relatório do Infarmed divulgado esta sexta-feira.
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Mais de 7500 suspeitas de reacções adversas às vacinas contra a covid-19 foram notificadas em Portugal, entre as quais 51 casos de morte em idosos, segundo segundo um relatório do Infarmed divulgado esta sexta-feira.
“Os casos de morte ocorreram num grupo com uma mediana de idades de 78,5 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, salienta o “Relatório de Farmacovigilância -- Monitorização da Segurança das Vacinas contra a covid-19 em Portugal”.
Desde o início da campanha de vacinação a 27 de Dezembro de 2020 até ao passado domingo, foram registadas 7576 notificações de reacções adversas (RAM), num total de 7.371.032 doses administradas, 3032 (40%) classificadas como “graves” e 4544 (60%) como não graves.
Das reacções notificadas como “graves”, 1814 foram classificadas como “clinicamente importantes” (23,9 %), 867 geraram incapacidade (11,4 %), 220 motivaram hospitalização (2,9%), 80 representaram “risco de vida” (1%) e 51 morte (0,7%).
Dos casos classificados como graves, cerca de 90% dizem respeito a situações de incapacidade temporária na sua maioria, refere a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde.
“Se um caso contiver mais do que uma RAM (a situação mais frequente), basta que uma dessas reacções adversas seja classificada como grave para que todo o caso também o seja”, sublinha, explicando que esta classificação segue critérios da Organização Mundial de Saúde, mas é feita pelo notificador, seja este um profissional de saúde ou um utente.
Os dados precisam que por mil doses de vacinas administradas foi notificado um caso de reacção adversa, número que baixa para 0,4 no caso das reacções graves
Do total de reacções adversas, 5214 são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech (Comirnaty), num total de 5.131.042 doses administradas, 1836 da Astrazeneca (1.344.083 doses inoculada), 462 da Moderna (701.057 doses) e 64 da Janssen (194.850 doses)
Por cada 1000 doses administradas, foram comunicadas uma reacção no caso da Pfizer, 1,4 no caso da AstraZeneca, 0,17 na Moderna e 0,3 na vacina da Janssen.
O Infarmed ressalva que estes dados “não permitem a comparação dos perfis de segurança entre vacinas, uma vez que estas foram utilizadas em subgrupos populacionais distintos (idade, género, perfil de saúde, entre outros) e em períodos e contextos epidemiológicos distintos”.
A maioria das reacções foi registada em mulheres, com 2153 notificações de casos graves e 3158 não graves.
Em relação aos homens, foram comunicadas ao Infarmed 573 reacções adversas graves e 989 não graves, sendo a faixa etárias dos 30 aos 49 anos as que registam mais notificações.
A reacção mais notificada é a mialgia (2418), seguida de dores de cabeça (2129), dor no local de injecção (2013), febre (1934), náusea (868), calafrios (862), fadiga (827), dores musculares ou nas articulações (687), alterações/aumento dos gânglios (564), fraqueza ou fadiga (398), tonturas (396), dor (389), mal-estar (380), vómitos (365) e diarreia (300).
O Infarmed refere que, com o decorrer do programa de vacinação, e o estímulo à notificação de suspeitas de RAM, também o número de notificações associadas a vacinas contra a covid-19 tem aumentado.
“No entanto, ao consideramos o número de notificações de casos de RAM (ou o subgrupo dos casos graves de RAM) face ao número total de indivíduos vacinados, verifica-se que a razão entre ambos tem vindo a diminuir”, salienta.
Segundo autoridade do medicamento, “isto pode dever-se a vários factores, nomeadamente a um viés introduzido pela priorização no processamento dos casos graves de RAM, um fenómeno que tem ocorrido praticamente em todos os sistemas de farmacovigilância”.