Quatro mortes e 1298 casos de covid-19. Concelho de Lisboa com 306 casos por 100 mil habitantes
Lisboa com mais de 60% dos novos casos desta quinta-feira. R(t) e incidência voltam a subir. Há três dias consecutivos que Portugal regista mais de mil casos diários. Há mais 27 pessoas internadas.
Portugal registou, desde terça-feira, mais de mil infecções diárias causadas pelo novo coronavírus. Nesse dia foram registados 1350 novos casos, o valor mais alto desde Fevereiro. Na quarta-feira, foram contabilizadas 1233 infecções e, esta quinta-feira, somam-se 1298 casos de infecção, segundo o relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta sexta-feira.
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Portugal registou, desde terça-feira, mais de mil infecções diárias causadas pelo novo coronavírus. Nesse dia foram registados 1350 novos casos, o valor mais alto desde Fevereiro. Na quarta-feira, foram contabilizadas 1233 infecções e, esta quinta-feira, somam-se 1298 casos de infecção, segundo o relatório da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado esta sexta-feira.
Desde o início da pandemia, o país regista, no total, 862.926 casos confirmados e 17.061 vítimas mortais, quatro referentes a esta quinta-feira.
A maior parte das infecções foram reportadas em Lisboa e Vale do Tejo. A região tem 862 novos casos, o que corresponde a 66,4% do total. No boletim desta quinta-feira é também actualizada a incidência da covid-19 por concelho. O município de Lisboa tem um dos valores mais altos do país: 306 casos por cada 100 mil habitantes.
Segundo o último boletim, existem 391 pessoas internadas nos hospitais portugueses, mais 27 do que no balanço anterior — esta é a maior subida diária do número de pessoas hospitalizadas desde 29 de Maio, altura em que também deram entrada nos hospitais 27 pessoas. Além disso, o número total de pessoas hospitalizadas é o mais alto desde o dia 21 de Abril, quando estavam internadas 395 pessoas. Há 94 doentes nos cuidados intensivos, mais seis do que no último balanço. Este valor é o mais alto em quase dois meses: no dia 24 de Abril, estavam em UCI 98 pessoas.
Há ainda a reportar mais 686 casos de recuperação da doença, num total de 818.440 recuperações desde o início da pandemia. Feitas as contas, há mais 608 casos activos, o que significa que 27.425 portugueses ainda lidam com a doença. Há 36.675 contactos em vigilância pelas autoridades, mais 2943 que no balanço anterior.
R(t) e incidência sobem novamente
Os valores da matriz de risco que guia o desconfinamento foram actualizados no boletim desta sexta-feira e, segundos os mesmos, Portugal continua na zona amarela. De acordo com os últimos dados, o indicador R(t), o índice de transmissibilidade da doença, situa-se em 1,14 a nível nacional (1,15 se analisado apenas o continente). O outro indicador que guia a abertura do país, a incidência nacional a 14 dias por cem mil habitantes, está agora em 100,2 casos, tanto em termos nacionais como no continente.
Em relação à última actualização, verifica-se uma subida de ambos os indicadores. O R(t) situava-se em 1,12 a nível nacional e a incidência em 91 casos por cada 100 mil habitantes. São estes dois indicadores que ditam o avanço (ou recuo) das diversas fases do desconfinamento. Se os indicadores permanecerem na área verde, ou seja, se o índice de transmissibilidade continuar abaixo de 1 e a incidência abaixo de 120, o desconfinamento poderá avançar, mas se o país chegar à zona amarela ou vermelha, a reabertura da sociedade e da economia poderá ser travada ou revertida.
Casos crescem entre os 20 e os 29 anos
A maior parte dos casos desta quinta-feira foram registados nas faixas etárias dos 20 aos 29 anos (259 novas infecções) e nas dos 30 aos 39 anos (233 novas infecções). No grupo acima dos 80 anos foram contabilizados 35 casos e no grupo dos 70 anos 79 anos 57 novas infecções. Foram ainda registados 56 casos na faixa etária dos 60 anos 69 anos, 145 infecções na dos 50 anos 59 anos e 224 no grupo dos 40 aos 49 anos. Há ainda a reportar 173 casos na faixa etária dos 10 aos 19 anos e 78 casos abaixo dos 9 anos.
O Norte continua a ser a região com o maior número de casos acumulados: há 343.200 casos confirmados (194 novos) e 5361 mortes (nenhuma em 24 horas). Lisboa e Vale do Tejo é a segunda: são 329.635 os registos de infecção e 7237 mortes por covid-19 — e é a região do país com mais vítimas mortais, e registou três das quatro mortes do último boletim. O Centro contabiliza 120.848 infecções (76 novas) e 3025 mortes. O Alentejo totaliza 30.586 casos (39 novos) e 972 mortes (mais uma). No Algarve, há 22.940 casos de infecção (mais 88) e 364 óbitos. A Madeira regista 9827 casos de infecção (12 novos) e 69 mortes. Já os Açores somam 5890 casos (mais 27) e 33 mortes.
Os dados do relatório da DGS indicam que, do total de mortes registadas, 8956 são homens e 8105 são mulheres. Das 17.061 pessoas que morreram até à data de covid-19 em Portugal, 11.201 tinham acima de 80 anos, o que corresponde a 65,6%. Das quatro mortes contabilizadas esta quinta-feira, três foram registadas em pessoas acima dos 80 anos e uma numa mulher entre os 70 e os 79 anos.
Esta quinta-feira, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, fez o ponto de situação da pandemia em Portugal. A região de Lisboa e Vale do Tejo é a que inspira maior preocupação, o que levou o Governo a proibir a circulação de e para a área metropolitana de Lisboa nos fins-de-semana.