Aníbal Zola tem um concerto que é “como ir ao cinema” ver um filme experimental
Em 2020, Aníbal Zola, contrabaixista e cantautor, e Rita Ravasco, artista plástica, foram desafiados a unir a música e a arte visual num único espetáculo. Nós em tempos sós vai agora estar no Hard Club, no Porto, a 19 de Junho.
Eles não se conheciam anteriormente e aceitaram o desafio de criar algo novo “em cima do joelho”. Em tempos de quarentena, o contrabaixista e cantautor Aníbal Zola juntou-se a Rita Ravasco, artista plástica, para unir o som ao vídeo e vice-versa. O dueto foi transmitido em directo nas plataformas da Gerador em Maio de 2020 e abriu caminho para um espectáculo ao vivo que acontece este sábado, 19 de Junho, no Hard Club, no Porto, pelas 21h30.
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Eles não se conheciam anteriormente e aceitaram o desafio de criar algo novo “em cima do joelho”. Em tempos de quarentena, o contrabaixista e cantautor Aníbal Zola juntou-se a Rita Ravasco, artista plástica, para unir o som ao vídeo e vice-versa. O dueto foi transmitido em directo nas plataformas da Gerador em Maio de 2020 e abriu caminho para um espectáculo ao vivo que acontece este sábado, 19 de Junho, no Hard Club, no Porto, pelas 21h30.
De forma inesperada, perceberam que o jazz, os sons do mundo e a língua portuguesa combinam com técnicas de pintura, slow motion, ilustração digital. As temáticas são variadas, mas unem-se no lado experimental e de “viagem”, conta o músico portuense em entrevista ao P3. “As nossas linguagens, de alguma maneira ligam, não sei explicar muito bem porquê. Talvez pelas cores, pela parte tropical, pela experimentação, funciona.” A conexão foi espontânea e o primeiro espectáculo — produzido numa semana — correu tão bem que ficaram os dois “com vontade de fazê-lo ao vivo”.
Se inicialmente a artista alentejana criou um vídeo que ilustra o álbum amortempo, lançado em 2020 pelo cantautor, nesta nova apresentação tanto é a música que surge da imagem, como vice-versa. “O concerto vai estar dividido em duas partes”, revela Aníbal Zola. A primeira, com cerca de 15 minutos, contém uma nova criação artística em vídeo e é acompanhada por canções originais compostas depois do seu visionamento. Num processo que caracteriza como “desafiante e entusiasmante”, musicar imagens foi, para o contrabaixista, uma questão de “encontrar um rastilho” na arte em movimento e “imaginar até onde é que aquilo nos pode levar”.
Num segundo momento, há uma recriação do dueto já apresentado, mas onde “tudo é novo, feito de propósito” para esta actuação, assegura Aníbal. Aqui, é a vez de os temas do amortempo, bem como duas faixas inéditas, serem ilustradas por Rita Ravasco. Numa corrente musical sem pausas, o músico apresenta o álbum em 45 minutos. De forma a acrescentar “mais vida” ao espectáculo, faz-se acompanhar pelos músicos Juan de la Fuente nas percussões e Romain Valentino na guitarra, bandolim e cavaquinho.
Com uma tela e um projector, Nós em tempos sós é “como ir ao cinema só que com uma banda a tocar ao vivo e com um filme experimental”, conta. Filme este que caracteriza como “um filme de viagem” que não tem um enredo definido, mas que tem “músicas que se ligam umas com as outras e imagens que acompanham”.
Texto editado por Amanda Ribeiro