Unilabs e DevScope desenvolvem ferramenta de inteligência artificial de apoio ao diagnóstico clínico

A plataforma de inteligência artificial está em testes-piloto na Unilabs desde Março. O objectivo é, depois dos testes, comercializar esta ferramenta e exportá-la para outros mercados.

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Ilustração da Helicobacter pylori: já foram processadas, revistas e classificadas mais de 2000 amostras desta bactéria na nova ferramenta DR

A Unilabs, em parceria com a tecnológica portuguesa DevScope, desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial de apoio ao diagnóstico clínico, o “primeiro algoritmo” do género feito em Portugal, disse à agência Lusa o presidente executivo, Luís Menezes.

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A Unilabs, em parceria com a tecnológica portuguesa DevScope, desenvolveu uma ferramenta de inteligência artificial de apoio ao diagnóstico clínico, o “primeiro algoritmo” do género feito em Portugal, disse à agência Lusa o presidente executivo, Luís Menezes.

“É uma ferramenta de apoio ao diagnóstico clínico, o médico é sempre o decisor final”, disse o presidente da Unilabs, salientando que começou a ser desenvolvida com a empresa tecnológica do Porto DevScope “há um ano e meio” e entrou em período de testes em Março. “Neste momento já está em período de testes reais, os médicos hoje na Unilabs estão a ver as lâminas já com o suporte desta ferramenta para apoiar a sua decisão final”, prosseguiu. Trata-se do “primeiro algoritmo de inteligência artificial de apoio ao diagnóstico por imagem feito em Portugal com uma empresa de tecnologia portuguesa, que é a DevScope”, sublinhou o presidente executivo da Unilabs.

A plataforma de inteligência artificial está em testes-piloto na Unilabs desde Março, 24 horas por dia, e, neste período, apenas no que respeita à detecção da bactéria Helicobacter pylorique pode ser encontrada no estômago, foram processadas, revistas e classificadas mais de 2000 amostras.

“Quando o patologista recebe a imagem” esta já vem com zonas que aparentemente podem ou não ter o que se está a procurar, incluindo “uma sugestão do nível de infiltração da Helicobacter pylori”, o que quer dizer “que o médico consegue ir directamente aos locais que têm a patologia”, o que permite “ter resultados com maior rapidez e reduz a possibilidade de erro médico”, explicou. “Estas ferramentas de inteligência artificial de apoio ao diagnóstico são essenciais para ajudar os médicos a poder encontrar os resultados ainda com mais qualidade”, salientou Luís Menezes.

A ideia é, depois dos testes, comercializar esta ferramenta e exportá-la para outros mercados. “O objectivo agora é fechar o período de testes, terminar os papers científicos que temos para fazer, aprovar este algoritmo como dispositivo médico – vai ser a primeira vez que alguém em Portugal faz isto – e depois, além de ser utilizado dentro da Unilabs, é algo que nós queremos que possa ser utilizado e comprado por quem quiser no mundo inteiro”, afirmou. “Estes algoritmos de apoio ao diagnóstico democratizam o acesso à medicina.”

Por sua vez, Rui Barbosa, presidente executivo da DevScope, salientou que a inteligência artificial é uma “ferramenta capaz de fornecer inúmeros benefícios e acelerar a transformação” na área da saúde. “Uma maior precisão nos diagnóstico, uma optimização no que diz respeito ao armazenamento de dados e o seu processamento [transformar dados em informação], pega numa ampla base de dados de diagnósticos anteriores, aprende e depois permite transformar em software tudo o que tem a ver melhor melhoria dos recursos, do tratamento de patologias”, salientou o responsável.

A inteligência artificial “é um ramo da ciência de software e computação que simula a capacidade humana de raciocinar, de ver, tomar decisões e resolver problemas e aí permite optimizar os processos”, sendo que no sector da saúde “fornece inúmeros benefícios”, acrescentou Rui Barbosa.