Em Outubro, Porto Santo vai ser a capital mundial do vídeo e da fotografia subaquática
Porto Santo vai receber Campeonatos do Mundo de Vídeo e de Fotografia Subaquática. Portugal bateu a Noruega e Itália na corrida para os eventos. Porquê? Além da “segurança geral”, o mar em “Porto Santo tem uma visibilidade única no mundo”: “É extraordinária” e “possibilita imagens como se não houvesse água”.
A competição vai reunir a elite mundial da modalidade. Os equipamentos utilizados serão topo de gama e custam a cada atleta algumas dezenas de milhares de euros. Não haverá, no entanto, espectadores ou bancadas. A prova vai decorrer em silêncio absoluto e os “troféus” mais procurados serão meros, raias, barracudas, lírios, anémonas e crustáceos. De 4 a 9 de Outubro, as águas amenas e cristalinas do Porto Santo serão o palco do 18.º Campeonato do Mundo de Vídeo e do 4.º Campeonato do Mundo de Fotografia Subaquática.
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A competição vai reunir a elite mundial da modalidade. Os equipamentos utilizados serão topo de gama e custam a cada atleta algumas dezenas de milhares de euros. Não haverá, no entanto, espectadores ou bancadas. A prova vai decorrer em silêncio absoluto e os “troféus” mais procurados serão meros, raias, barracudas, lírios, anémonas e crustáceos. De 4 a 9 de Outubro, as águas amenas e cristalinas do Porto Santo serão o palco do 18.º Campeonato do Mundo de Vídeo e do 4.º Campeonato do Mundo de Fotografia Subaquática.
As regras serão rígidas, não haverá a possibilidade de usar qualquer subterfúgio tecnológico para mascarar alguma luz difusa ou uma intromissão indesejada no ângulo de visão da lente e, garante Pedro Vasconcelos, “é muito raro haver jogo menos correcto”: “Normalmente há respeito, camaradagem e ética entre os concorrentes.”
Madeirense e responsável pela organização da competição no arquipélago, Pedro Vasconcelos é, também, o seleccionador nacional e, em conversa com a Fugas, explica que num evento “que reúne os melhores fotógrafos subaquáticos” do mundo, já há 15 países que confirmaram a presença no Porto Santo - as inscrições ainda não estão fechadas, uma vez que com a “questão pandémica, há países com dificuldades em seleccionar os seus atletas”.
Para receber a mais importante prova da modalidade, Portugal bateu “a concorrência da Noruega e da Itália”, que também se candidataram para receber o Mundial, e Vasconcelos detalha que Porto Santo, numa organização conjunta da Associação de Natação da Madeira (ANM) e da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS), conseguiu convencer a Confederação Mundial de Atividades Subaquáticas (CMAS) por ser “um destino seguro”, não só pela forma como a Madeira tem sabido gerir o problema da covid-19, mas “também pela segurança geral – não há criminalidade nenhuma”.
No entanto, não foi só a tranquilidade e o conforto fora de água que fez a diferença em favor da ilha madeirense. “Para nós, fotógrafos, para além da biodiversidade de espécies, Porto Santo tem uma visibilidade única no mundo. É extraordinária a visibilidade, que possibilita imagens como se não houvesse água.”
Assim, dentro da reserva natural do Porto Santo, cada uma das equipas terá a autorização de captar “até ao máximo de 300 fotografias por dia”, sendo que nenhuma pode ser apagada e não será permitida qualquer pós-edição. “É tudo feito debaixo de água e nada pode ser trabalhado no computador.” Para a competição, só é autorizado que cada fotógrafo leve uma máquina para a água, que terá que ser “formatada” sob supervisão dos juízes da prova.
Das 300 imagens que tirar, “cada fotógrafo pode submeter seis, mas só pode concorrer a quatro categorias”. “A decisão é do participante”, mas “há um tempo limitado de baixo de água. No máximo, são 90 minutos por mergulho”. A prova de fotografia será composta por seis categorias e a de vídeo por três. Um fotógrafo pode concorrer às categorias “Peixe”, “Macro”, “Tema” - no Porto Santo será crustáceos -, “Criativo”, “Ambiente” e “Ambiente com Mergulhador”.
Os locais de mergulho escolhidos, que fora dos dias de competição estão disponíveis para qualquer apaixonado por mergulho, serão “à volta do ilhéu de Cima e na corveta da Marinha que foi afundada em 2016, que é um recife artificial”.
Aí, garante o seleccionador nacional, “há vários cardumes e peixes grandes, como os enxaréus, barracudas e meros, que são residentes”. “É sempre muito incerto”, mas, num dia bom, Vasconcelos assegura que podemos ser surpreendidos com um encontro imediato com “raias de grandes dimensões, mantas ou tubarões-baleia”.
Do ponto de vista institucional, Eduardo Jesus, secretário regional de Turismo e Cultura da Madeira e presidente da Associação de Promoção da Madeira, sublinha que “é com grande satisfação que a ilha do Porto Santo” recebe a competição, realçando que o arquipélago oferece “spots únicos e diversificados que vão contribuir para que as provas sejam um sucesso e enobreçam ainda mais o destino”.
Em declarações à Fugas, Eduardo Jesus refere ainda que acolher estes eventos é “uma das múltiplas formas de experienciar realidades que vão da montanha ao mar, e onde a cultura complementa, de uma forma ímpar e distinta, a autenticidade da Madeira e do Porto Santo”.
Ouça a entrevista a Pedro Vasconcelos aqui