Parlamento dos Açores aprova apoio aos jovens que não estudam nem trabalham

Na Madeira e nos Açores este é um problema mais notório: no ano passado, 16,4% dos jovens não tinham qualquer ocupação.

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O vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, defendeu o alargamento dos CDIJ a todo o arquipélago e considerou que é preciso “ser pragmático na inserção” daqueles jovens na sociedade Nicolau Botequilha

A Assembleia dos Açores aprovou esta quarta-feira por unanimidade uma proposta do PS para a criação de medidas de apoio à qualificação dos jovens que não estudam, não trabalham, nem frequentam qualquer formação (jovens NEET).

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A Assembleia dos Açores aprovou esta quarta-feira por unanimidade uma proposta do PS para a criação de medidas de apoio à qualificação dos jovens que não estudam, não trabalham, nem frequentam qualquer formação (jovens NEET).

Na apresentação da proposta, a deputada socialista Célia Pereira realçou que os jovens NEET representam um “desafio que é obrigatório vencer”.

“Não se pense que os jovens NEET são apenas originários das comunidades e famílias económica e socialmente mais desfavorecidas e por isso mais vulneráveis. Os jovens NEEt são uma preocupação nos Açores, no país e nos demais países”, afirmou a socialista no plenário da Assembleia Regional, que decorre esta semana na cidade da Horta.

Na proposta, o PS defende o aumento da capacidade dos Centros de Desenvolvimento e Inclusão Juvenil (CDIJ), a implementação de “pontos de apoio ao estudo” e a criação de formações em e-learning (online) para dotar os jovens de competências digitais.

A parlamentar do PSD/Açores Sabrina Furtado realçou a necessidade de “procurar caminhos para a valorização” dos NEET e enalteceu as medidas do Governo dos Açores para “combater a precariedade”, como o programa Geração Açores Pro destinado à qualificação dos jovens.

 O deputado do PPM Gustavo Alves, por seu turno, defendeu a formação de equipas multidisciplinares para se perceber a “melhor maneira de estimular” os jovens NEET.

O líder parlamentar do BE/Açores, António Lima, alertou para a taxa de abandono escolar precoce na região, a mais alta do país (cerca de 27%), defendendo o “reforço do apoio escolar” e a criação de “percursos escolares alternativos” para “prevenir na origem” a problemática dos jovens NEET.

O deputado único do PAN, Pedro Neves, considerou o projecto do PS “muito redutor”, comparando com um “penso rápido para uma ferida de 15 centímetros”, advogando que o “problema dos jovens NEET” necessita de uma resposta “muito mais aprofundada”.

A líder parlamentar do CDS-PP/Açores, Catarina Cabeceiras, disse ser necessário “reestruturar” os CDIJ e promover uma “mudança de estratégia” para “inverter” a taxa de abandono escolar precoce na região

O vice-presidente do Governo Regional, Artur Lima, defendeu o alargamento dos CDIJ a todo o arquipélago e considerou que é preciso “ser pragmático na inserção” daqueles jovens na sociedade. 

“Temos de ter uma detecção precoce daquilo que querem os jovens. Temos de perceber a sua vocação. Nem todos querem ter um curso superior”, declarou o governante.

Após críticas do social-democrata Rui Espinola à “herança” dos Governo Regionais do PS no abandono escolar precoce, o líder parlamentar do PS e antigo presidente do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, interveio para afirmar que a região estava a prosseguir um “percurso de melhoria constante e progressiva” até 2020.

Em Dezembro de 2020, foi divulgado que a proporção de jovens dos 15 aos 34 anos que não estudam, não trabalham, nem frequentam formação (NEET) diminuiu de 15,2% em 2014 para 9,5% em 2019, em Portugal, segundo um relatório do Conselho Nacional de Educação.

Na Madeira e nos Açores este é um problema mais notório: no ano passado, 16,4% dos jovens não tinham qualquer ocupação.

O Governo dos Açores, de coligação PSD/CDS-PP/PPM é suportado na Assembleia Regional pelos partidos que integram o governo e pelo Chega e Iniciativa Liberal.