Darnella filmou o homicídio de George Floyd — e ganhou um Pulitzer honorário
A adolescente norte-americana tinha 17 anos quando viu um homem que não conhecia a “implorar pela própria vida”. O vídeo que gravou incendiou protestos anti-racistas e levou à condenação de um ex-polícia. Agora, Darnella Frazier recebeu uma menção honrosa do júri do Pulitzer.
Quando um ex-polícia se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Darnella Frazier pegou no telemóvel e não parou de gravar enquanto Floyd repetia que não conseguia respirar. O vídeo de dez minutos divulgado nas redes sociais depois da morte do homem negro “estimulou protestos contra a brutalidade policial em todo o mundo”. Pela sua “coragem”, a adolescente norte-americana recebeu um prémio Pulitzer honorário, no valor de 15 mil dólares (aproximadamente, 12400 euros).
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Quando um ex-polícia se ajoelhou no pescoço de George Floyd, Darnella Frazier pegou no telemóvel e não parou de gravar enquanto Floyd repetia que não conseguia respirar. O vídeo de dez minutos divulgado nas redes sociais depois da morte do homem negro “estimulou protestos contra a brutalidade policial em todo o mundo”. Pela sua “coragem”, a adolescente norte-americana recebeu um prémio Pulitzer honorário, no valor de 15 mil dólares (aproximadamente, 12400 euros).
O conceituado prémio distingue trabalhos nas áreas da literatura, composição musical e jornalismo. Segundo o júri, o vídeo de Darnella “evidenciou o papel crucial dos cidadãos na busca dos jornalistas pela verdade e justiça”. Na categoria do jornalismo, os vencedores de 2021, anunciados a 11 de Junho, cobriram a pandemia de covid-19 e o homicídio de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis.
Darnella Frazier não conhecia Floyd, mas reconheceu “que o homem estava a sofrer” e “que a vida dele importava”. “Embora esta tenha sido uma experiência traumática e transformadora para mim, estou orgulhosa de mim mesma. Se não fosse pelo meu vídeo, o mundo não saberia a verdade”, escreveu a jovem negra de 18 anos, numa publicação nas redes sociais, um ano depois de ter filmado o assassinato, a 25 de Maio de 2020. “Aqueles agentes não deveriam poder decidir se alguém vive ou morre”, continua.
A adolescente, na altura com 17 anos, estava a caminho da loja de conveniência com a prima de nove anos quando viu um “homem aterrorizado, assustado, a implorar pela própria vida”, rodeado de quatro agentes da polícia de Minneapolis, no estado do Minnesota, relatou ao júri no julgamento de Derek Chauvin.
Além de incendiar alguns dos maiores protestos do movimento Black Lives Matter, no Verão de 2020, o vídeo que Darnella gravou foi uma das mais importantes provas na condenação do ex-polícia, considerado culpado dos três crimes de de que foi acusado.
No testemunho que deu em tribunal, enquanto testemunha no local, Darnella disse ter passado noites acordada a chorar e a “pedir desculpas a George Floyd por não ter feito mais”. “O meu vídeo não salvou George Floyd”, escreveu mais tarde, “mas tirou o seu assassino das ruas”.