Costa desvaloriza caso da partilha de dados de activistas russos como “processo administrativo”
Em Bruxelas, à entrada para a cimeira da NATO, primeiro-ministro falou pela primeira vez sobre polémica de partilha de dados da Câmara de Lisboa
O primeiro-ministro, António Costa, chegou ao quartel-general da NATO preparado para discutir as acções agressivas e desestabilizadores da Rússia, conforme consta na agenda da cimeira da aliança atlântica. Mas nessa discussão não entra nenhuma explicação sobre o “incidente” da partilha dos dados pessoais dos três activistas russos que organizaram um protesto em frente da Embaixada da Rússia em Lisboa — e que a autarquia reencaminhou para a representação diplomática e o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
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O primeiro-ministro, António Costa, chegou ao quartel-general da NATO preparado para discutir as acções agressivas e desestabilizadores da Rússia, conforme consta na agenda da cimeira da aliança atlântica. Mas nessa discussão não entra nenhuma explicação sobre o “incidente” da partilha dos dados pessoais dos três activistas russos que organizaram um protesto em frente da Embaixada da Rússia em Lisboa — e que a autarquia reencaminhou para a representação diplomática e o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Questionado à entrada para a cimeira da NATO sobre se vinha preparado para prestar esclarecimentos sobre o episódio, o primeiro-ministro, que ainda não se tinha pronunciado sobre o caso, respondeu que nenhum dos aliados pediu explicações sobre o que designou como um “processo administrativo”, porque “ninguém tem dúvidas sobre qual é a posição de Portugal em relação à Rússia”, disse.
António Costa recuou mais de 40 anos no tempo, para assinalar que desde os tempos do PREC, “em plena Guerra Fria”, que nenhum dos membros da NATO tem dúvidas de qual é a postura portuguesa. “Sempre souberem qual foi o lado em que nos colocámos”, sublinhou.
Na semana passada, o Expresso e o Observador noticiaram que a Câmara de Lisboa partilhou dados de activistas anti-Putin com a Embaixada da Rússia e o presidente da autarquia, Fernando Medina, veio admitir que durante vários anos (desde a extinção dos governadores civis em 2011) essa foi uma prática comum. Ordenou, entretanto, a suspensão dessa prática (os dados são agora apenas enviados às autoridades policiais) e anunciou uma auditoria interna. Essa auditoria poderá incluir também os anos em que António Costa foi presidente da câmara.