Uma China “cada vez mais próxima” preocupa secretário-geral da NATO
Jens Stoltenberg mostrou-se inquieto com a crescente capacidade militar e económica da China. Regime de Pequim deverá ser designado risco “sistémico” pelos membros da Aliança Atlântica.
A China vai estar no centro da cimeira da NATO marcada para esta segunda-feira em Bruxelas. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, mostrou preocupação com a crescente capacidade militar e económica da China em posições estratégicas junto das fronteiras da Aliança Atlântica.
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A China vai estar no centro da cimeira da NATO marcada para esta segunda-feira em Bruxelas. O secretário-geral, Jens Stoltenberg, mostrou preocupação com a crescente capacidade militar e económica da China em posições estratégicas junto das fronteiras da Aliança Atlântica.
“A China está cada vez mais próxima de nós”, afirmou Stoltenberg à chegada a Bruxelas, citado pela Reuters. “Vemo-los no ciberespaço, vemos a China em África, mas também vemos a China a investir em força nas nossas infra-estruturas críticas”, disse o secretário-geral.
Espera-se que, no final da cimeira, os aliados da NATO divulguem um comunicado em que designem a ascensão da China como um risco “sistémico”, embora não como um adversário, segundo a imprensa internacional. Essa declaração é um eco das posições adoptadas pelo G7, durante o fim-de-semana, que criticaram os abusos de direitos humanos cometidos pelo regime de Pequim sobre a população uigur em Xinjiang, e que prometeram uma resposta à Nova Rota da Seda – o grande plano de investimentos em infra-estruturas da China em várias regiões do mundo.
As acusações feitas pelo G7 receberam a condenação da embaixada chinesa em Londres, que disse serem resultado das “intenções sinistras de uns poucos países, como os Estados Unidos”.
Stoltenberg também considerou a cimeira da NATO como um “momento fundamental” para a Aliança Atlântica, a primeira em que participa Joe Biden, como Presidente norte-americano.
Numa clara demarcação face à postura do seu antecessor, Donald Trump – que se distanciou da NATO e criticou a partilha desequilibrada do financiamento entre os EUA e os restantes Estados-membros –, Biden disse que a Aliança Atlântica é “de importância fundamental para os interesses dos EUA”. O Presidente também se comprometeu a cumprir a “obrigação sagrada” de respeitar a invocação do artigo 5.º do Tratado da NATO, que garante a defesa mútua por parte de todos os membros em caso de ataque.
Em sete décadas, apenas por uma vez foi accionada a cláusula de segurança mútua, pelos EUA, logo a seguir aos atentados de 11 de Setembro de 2001.
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, admitiu que com Biden o ambiente entre os aliados já apresenta melhorias. “Há um entendimento claro da necessidade da NATO”, afirmou Rutte, à chegada à cimeira. “Também era capaz de trabalhar com Trump, mas claro que era um pouco mais estranho por vezes, embora no final conseguíssemos chegar a acordo”, acrescentou.