Candidatura do moliceiro a património da UNESCO marca arranque do congresso da região de Aveiro
Este ano, e por força da pandemia, os trabalhos decorrem de forma descentralizada, passando pelos 11 municípios da região. Programa estende-se até 6 de Julho.
A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) apresenta, esta terça-feira, em Vagos, a candidatura do moliceiro a património da UNESCO. A iniciativa marca o arranque do Congresso da Região de Aveiro que, nesta edição, assume um formato especial: irá percorrer os 11 concelhos que integram a comunidade intermunicipal, num programa que se prolonga até 6 de Julho. Em contexto de pandemia, os autarcas optaram por não estar “dois dias inteiros, sentados numa sala”, reparou Ribau Esteves, líder da CIRA, a propósito do evento que costuma ocorrer a cada dois anos, com o objectivo de “mostrar o que está a ser feito” e promover a “reflexão e partilha de ideias”.
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A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) apresenta, esta terça-feira, em Vagos, a candidatura do moliceiro a património da UNESCO. A iniciativa marca o arranque do Congresso da Região de Aveiro que, nesta edição, assume um formato especial: irá percorrer os 11 concelhos que integram a comunidade intermunicipal, num programa que se prolonga até 6 de Julho. Em contexto de pandemia, os autarcas optaram por não estar “dois dias inteiros, sentados numa sala”, reparou Ribau Esteves, líder da CIRA, a propósito do evento que costuma ocorrer a cada dois anos, com o objectivo de “mostrar o que está a ser feito” e promover a “reflexão e partilha de ideias”.
Nesta edição, o primeiro projecto a ser apresentado passa, então, pela tentativa de reconhecimento da importância cultural e histórica do barco moliceiro por parte da UNESCO. A ideia já não é nova e chegou a ser notícia em 2006, no âmbito dos esforços desenvolvidos pela já extinta Região de Turismo da Rota da Luz, em parceria com a Associação dos Amigos da Ria. Mais recentemente, também foi conhecida a intenção das autarquias de Estarreja, Ovar e Murtosa, de candidatarem a arte da construção naval dos moliceiros a Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Depois deste primeiro dia de trabalhos do congresso, o moliceiro voltará a assumir honras de destaque a 3 de Julho, com a realização de mais uma Grande Regata, a ligar a praia da Torreira, na Murtosa, a Aveiro. Antes disso, e já esta semana (dias 17 e 18), em Aveiro, há conferência internacional de bibliotecas municipais, seguindo-se, no dia 21, a apresentação do modelo de recolha de biorresíduos, em Estarreja.
Para o município de Águeda ficou reservado um debate sobre rede ciclável com apresentação da revisão do plano intermunicipal de mobilidade com integração do modo ciclável e pedonal (marcado para dia 23). Em Albergaria-a-Velha irá falar-se sobre a floresta e estudo sobre central de biomassa e, para Sever do Vouga, fica reservada a reflexão sobre a candidatura a capital da cultura e rede ferroviária nacional em reuniões do concelho estratégico e assembleia intermunicipal (ambos a 28 de Junho).
Outro dos momentos altos do programa prende-se com a inauguração dos percursos dourado e verde da Grande Rota da Ria de Aveiro (no dia 25), em Anadia e Oliveira do Bairro – estes dois trilhos vêm complementar a oferta do trilho azul, inaugurado no passado mês de Outubro. Referência, ainda, para a realização de um encontro dedicado à Ria de Aveiro, no cais criativo da Costa Nova, em Ílhavo, a 29 de Junho. Para Ovar ficou destinado um debate sobre educação e fundos para qualificação do parque escolar, a 1 de Julho.
Autárquicas não são problema
Face ao calendário político, com as eleições autárquicas aí à porta, Ribau Esteves foi questionado sobre a oportunidade deste congresso regional. O também presidente da Câmara Municipal de Aveiro, que juntamente com outros autarcas da CIRA já assumiu a sua recandidatura, entende que o calendário eleitoral não é impedimento para que o congresso se realize.
“Até parece que a democracia é um modelo mau porque, de quatro em quatro anos, pomos tudo em causa, mudamos tudo”, vincou. “Nós, democratas, temos que lutar para que a democracia não seja um problema para o desenvolvimento”, acrescentou, já depois de ter referido este tipo de perguntas não se levantam em países com ditaduras. “Não há perguntas destas em países onde não há eleições e lá não é feito planeamento a quatro ou a dez anos, mas sim a 20, 30 ou 40”, argumentou.