Tudo correu mal a Paulo Sousa na estreia da Polónia no Euro
A expulsão de Krychowiak prejudicou a formação polaca numa fase em que parecia perto de ganhar vantagem frente à Eslováquia. Paulo Sousa tem muito para resolver na equipa de Varsóvia, num grupo com Espanha e Suécia.
Nesta segunda-feira, tudo correu mal à Polónia, orientada pelo português Paulo Sousa. Na estreia no Euro 2020, houve derrota (2-1) frente à Eslováquia e consequente tropeção num grupo em que Suécia e Espanha não permitirão, em tese, deslizes frente aos mais frágeis eslovacos. Houve ainda a expulsão do experiente médio Krychowiak, que fica fora do próximo jogo, e houve, em geral, a sensação de que a equipa está pouco competente nesta fase, depois de cinco meses sob orientação de Paulo Sousa. Tudo junto deu uma desilusão tremenda e perspectivas pouco animadoras antes dos duelos frente a Espanha (dia 19) e Suécia (dia 23).
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Nesta segunda-feira, tudo correu mal à Polónia, orientada pelo português Paulo Sousa. Na estreia no Euro 2020, houve derrota (2-1) frente à Eslováquia e consequente tropeção num grupo em que Suécia e Espanha não permitirão, em tese, deslizes frente aos mais frágeis eslovacos. Houve ainda a expulsão do experiente médio Krychowiak, que fica fora do próximo jogo, e houve, em geral, a sensação de que a equipa está pouco competente nesta fase, depois de cinco meses sob orientação de Paulo Sousa. Tudo junto deu uma desilusão tremenda e perspectivas pouco animadoras antes dos duelos frente a Espanha (dia 19) e Suécia (dia 23).
Do lado eslovaco este desfecho é tudo o que precisava num grupo em que era, em tese, a equipa mais fraca. Mesmo duas derrotas nos restantes jogos poderão dar à armada de Bratislava um apuramento em terceiro lugar.
Em São Petersburgo, a primeira parte foi tudo aquilo que não se esperava. Esperava-se uma Polónia forte. Esperava-se Robert Lewandowski perto do golo. Esperava-se a Eslováquia subjugada. Esperava-se futebol jogado em meio-campo – o eslovaco, claro. Nada disto aconteceu.
A selecção treinada por Paulo Sousa entrou “mandona”, com domínio territorial (quase 60% de posse de bola na primeira parte) e ocupação do meio-campo eslovaco. A equipa polaca chegou a jogar praticamente em 3x3x4, com os alas totalmente projectados e muita presença na zona frontal à área da Eslováquia. Mas, em bom português, era “muita parra e pouca uva”.
A Polónia tinha a bola e rodava-a de um lado ao outro, mas sem conseguir situações de remate – e, numa selecção que é “one-man show”, esperava-se bastante mais Lewandowski em jogo.
Confortável sem bola, a Eslováquia conseguiu sair em transições com muita frequência, não só pelo balanceamento ofensivo da Polónia como também pela estranha inércia defensiva e falta de intensidade dos jogadores de Paulo Sousa – houve, minutos a fio, alguns jogadores a passo.
Aos 14’, Duda esteve perto do 1-0, num remate que passou perto do poste e, aos 18’, a passividade polaca permitiu tudo a Mak. O ala recebeu no corredor, rodeado de dois adversários, e passou tranquilamente por um, antes de fazer um túnel ao segundo. Já na área, e ainda sem pressão, rematou contra o poste. A bola bateu no guarda-redes Szczesny e entrou na baliza.
A meias entre Robert Mak e Szczesny, a Eslováquia adiantou-se e ganhou ainda mais confiança para atacar. Teve mais um par de transições, cada vez com presença de mais jogadores, e Kucka esteve perto do 2-0 aos 26’, num remate de fora da área.
As melhores oportunidades do jogo foram eslovacas, tal como as melhores jogadas, os melhores remates e, sobretudo, a melhor predisposição para jogar.
No início da segunda parte – e “início” é absolutamente literal –, a Polónia fez o que nunca tinha feito. Ainda antes do final do primeiro minuto, uma grande jogada colectiva, ao primeiro toque, resultou num passe atrasado de Rybus para a finalização enrolada, mas bem-sucedida de Linetty.
Não se sabe o que terá dito Paulo Sousa ao intervalo, mas a Polónia não parecia a mesma. Mais intensa e mais dinâmica, a equipa de Varsóvia já conseguia fazer “dançar” o denso bloco eslovaco e as aproximações à área eram mais perigosas.
Aos 63’, quando o golo polaco parecia ser uma questão de tempo, o médio Krychowiak, já com cartão amarelo, pisou um adversário numa abordagem descuidada. Foi expulso, estragou o trabalho que estava a ser feito e a Polónia, a jogar com dez jogadores, assumiu a postura oposta à que tinha tido: baixou o bloco.
“Obrigada” a jogar e atacar, a Eslováquia tomou conta da partida, mas jogar em transições e jogar em ataque posicional é bem diferente – aqui, a falta de engenho técnico impediu a equipa de ser capaz de criar perigo em jogo corrido.
Mas existem sempre as bolas paradas. Após um canto, aos 69’, o central Skriniar, num bom trabalho individual, dominou e finalizou no centro da área, com pouca pressão polaca.
O golo da Eslováquia motivou o recuo da equipa, mas a Polónia, mesmo tendo mais bola, tinha menos um jogador para colaborar e, descontando um remate de Bednarek já aos 90+1’, pouco perigo criou. O jogo não saiu, desta forma, do empate.