New York Times ganha Pulitzer de serviço público com a cobertura da pandemia nos EUA
O diário Star Tribune, de Minneapolis, venceu na categoria de notícias de última hora com a sua cobertura da morte de George Floyd, e a adolescente que gravou o homicídio e divulgou o respectivo vídeo, Darnella Frazier, recebeu uma menção honrosa. Louise Erdrich venceu o prémio de ficção com The Night Watchman.
Numa edição dos Prémios Pulitzer marcada pela covid-19 e pelo homicídio de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis, o jornal The New York Times ganhou na categoria de serviço público pela cobertura da pandemia, Louise Erdrich venceu na ficção com The Night Watchman, e o prémio de não-ficção foi para Wilmington’s Lie: The Murderous Coup of 1898 and the Rise of White Supremacy, de David Zucchino, que investiga o golpe que, em 1898, depôs, na Carolina da Norte, um governo de maioria negra.
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Numa edição dos Prémios Pulitzer marcada pela covid-19 e pelo homicídio de George Floyd às mãos da polícia de Minneapolis, o jornal The New York Times ganhou na categoria de serviço público pela cobertura da pandemia, Louise Erdrich venceu na ficção com The Night Watchman, e o prémio de não-ficção foi para Wilmington’s Lie: The Murderous Coup of 1898 and the Rise of White Supremacy, de David Zucchino, que investiga o golpe que, em 1898, depôs, na Carolina da Norte, um governo de maioria negra.
A “corajosa” cobertura que o New York Times fez da pandemia de covid-19, expondo “as desigualdades económicas e raciais” e as falhas do Governo, e reunindo informação que “ajudou as autoridades locais, os serviços de saúde, as empresas e os indivíduos a prepararem-se e protegerem-se melhor”, valeu-lhe o prémio Pulitzer de serviço público, anunciado esta sexta-feira numa cerimónia que teve de ser adiada alguns meses e que foi transmitida em streaming.
Divididos em 22 categorias – 15 no domínio do jornalismo, seis no da literatura e um no da música – os Prémios Pulitzer distinguiram ainda, nesta sua 105.ª edição, a redacção do diário Star Tribune, de Minneapolis, na categoria de notícias de última hora, pela sua cobertura da morte de George Floyd e dos protestos que esta gerou. O equivalente deste prémio para o fotojornalismo foi ganho pela equipa de fotógrafos da agência Associated Press pelas imagens captadas em múltiplas cidades americanas, que mostraram “a resposta do país” ao homicídio de Floyd. E o júri decidiu ainda conceder uma menção honrosa a Darnella Frazier, pela coragem com que a adolescente, então com 17 anos, gravou este assassinato num vídeo que correria o mundo, e sem o qual o polícia Derek Chauvin poderia nunca ter sido condenado.
Outro dos prémios mais importantes, o de jornalismo de investigação, foi para um conjunto de cinco jornalistas do Boston Globe que revelaram as sistemáticas falhas dos governos estaduais americanos na partilha de informações acerca de camionistas perigosos, um trabalho que resultou numa rápida reforma do sistema.
O prémio para reportagem internacional destacou um site de notícias radicado em Nova Iorque, o BuzzFeed News, por um conjunto de reportagens nas quais foram utilizadas imagens de satélite e competências especializadas no âmbito da arquitectura, bem como entrevistas com 24 ex-prisioneiros, para “identificar uma vasta nova estrutura construída pelo Governo chinês para a detenção em massa de muçulmanos”.
No domínio da literatura, Louise Erdrich, uma autora da tribo índia dos Ojibwas – publicada em Portugal pelas editoras Dom Quixote e Clube do Autor –, venceu o prémio de ficção com The Night Watchman, “um romance majestoso e polifónico” que relata, “com imaginação e destreza”, “os esforços de uma comunidade para travar a proposta de deslocação e a eliminação de várias tribos nativo-americanas nos anos 50”.
A dramaturga e activista Katori Hall ganhou o prémio de teatro com The Hot Wing King, da qual o júri dos Prémios Pulitzer fornece um resumo apetecível: “Uma divertida e intensa abordagem da masculinidade dos negros e de como ela é percebida, filtrada pelas experiências de um apaixonado casal gay, e da sua numerosa parentela, enquanto ambos se preparam para uma competição culinária”.
Franchise: The Golden Arches in Black America, de Marcia Chatelain, uma incursão no papel que a indústria de fast-food desempenha nas comunidades afro-americanas, venceu o prémio de História, e Les Payne e Tamara Payne ganharam o de biografia com The Dead Are Arising: The Life of Malcolm X.
O prémio dedicado à música foi este ano atribuído à composição orquestral Stride, de Tania León, que se estreou em Fevereiro de 2020 no Lincoln Center, em Nova Iorque.