Milhares de famílias deslocadas após ataque islamista no Burkina Faso
Nordeste do país africano tem sido palco, nos últimos anos, de numerosos ataques atribuídos a combatentes ligados à Al-Qaeda e ao Daesh. Ataque a Solhan, na semana passada, fez pelo menos 132 mortos.
Mais de 7000 famílias foram obrigadas a abandonar as suas casas nos últimos dias, na zona da fronteira entre o Burkina Faso e o Níger, em África, na sequência do ataque mais mortífero dos últimos anos na região, que tem sido palco de uma crescente influência de dois grupos islamistas com ligações ao Daesh e à Al-Qaeda.
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Mais de 7000 famílias foram obrigadas a abandonar as suas casas nos últimos dias, na zona da fronteira entre o Burkina Faso e o Níger, em África, na sequência do ataque mais mortífero dos últimos anos na região, que tem sido palco de uma crescente influência de dois grupos islamistas com ligações ao Daesh e à Al-Qaeda.
O ataque de sexta-feira contra a aldeia de Solhan, na província de Yagha, no Burkina Faso, fez pelo menos 132 mortos, segundo o Governo do país. De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o balanço final pode ascender a 138 mortos e uma contagem da agência de notícias France-Press dá conta de 160 vítimas mortais.
“Mais de 7000 famílias fugiram para Sabba”, a capital da província de Yagha, a 15 quilómetros de Solhan, disse o primeiro-ministro do Burkina Faso, Christophe Dabiré, numa visita ao local no início da semana.
Citado pela agência France-Presse, o chefe do Governo disse que “foram dados passos para proporcionar a estes deslocados um mínimo de conforto, alojamento e comida”.
Em Genebra, o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch, apontou um número de deslocados inferior ao divulgado pelo Governo do Burkina Faso, avançando que pelo menos 3300 pessoas foram forçadas a fugir após o ataque a Solhan, incluindo mais de 2000 crianças e 500 mulheres.
Estas pessoas “chegaram com poucos ou nenhuns bens” e a maioria tem sido “generosamente acolhida por famílias locais, que partilham o pouco que têm”, disse Baloch.
O porta-voz disse que o ACNUR e organizações parceiras no terreno, em colaboração com as autoridades locais, estão a criar 200 abrigos e a prestar assistência aos deslocados, mas “são necessários mais recursos para aumentar a assistência”.
Solhan é uma pequena localidade a 15 quilómetros de Sebba, a capital da província de Yagha — próxima das fronteiras com o Mali e o Níger —, que nos últimos anos tem sido palco de numerosos ataques atribuídos a rebeldes ligados à Al-Qaeda e ao Daesh.
O ataque a Solhan, na sexta-feira, assemelha-se a outro, no mesmo dia, numa aldeia da mesma região, Tadaryat, no qual pelo menos 14 pessoas foram mortas.
A espiral de violência fundamentalista no Burkina Faso fez mais de 1400 mortos desde 2015 e deslocou mais de dois milhões de pessoas, segundo o ACNUR.