Sindicatos dizem que redução no BCP irá até aos mil trabalhadores
Os trabalhadores que vierem a aceitar a rescisão por mútuo acordo receberão 1,4 da remuneração mensal efetiva e não terão direito a subsídio de desemprego.
O presidente do BCP, Miguel Maya, apresentou esta quarta-feira aos sindicatos e à comissão de trabalhadores o plano de redução laboral, que poderá abranger entre 800 e 1000 trabalhadores. Em comunicado conjunto, os sindicatos Mais (antigo Sul e Ilhas), do Centro (SBC) e do Norte (SBN) adiantam que o plano de redução de pessoal apresentado “levará à saída de cerca de mil trabalhadores, através de reformas e rescisões por mútuo acordo”.
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O presidente do BCP, Miguel Maya, apresentou esta quarta-feira aos sindicatos e à comissão de trabalhadores o plano de redução laboral, que poderá abranger entre 800 e 1000 trabalhadores. Em comunicado conjunto, os sindicatos Mais (antigo Sul e Ilhas), do Centro (SBC) e do Norte (SBN) adiantam que o plano de redução de pessoal apresentado “levará à saída de cerca de mil trabalhadores, através de reformas e rescisões por mútuo acordo”.
Esta manhã, a administração do banco enviou uma comunicação aos trabalhadores, explicando as razões para a redução de trabalhadores. A comunicação não adiantava o número de trabalhadores a dispensar, admitindo a possibilidade de “implementação de medidas unilaterais de redução do número de trabalhadores”, ou seja, avançar para um despedimento colectivo.
Os três sindicatos não fazem qualquer referência à possibilidade de despedimento colectivo, adiantado apenas que “se o processo correr bem do ponto de vista do banco, poderá não ser necessário chegar às mil saídas”.
Segundo a mesma fonte, “o BCP propõe 1,4 da remuneração mensal efectiva (RME)”, sendo que “os trabalhadores que ponderem esta possibilidade devem saber desde já que não terão direito a subsídio de desemprego”.
“O plano terá maior impacto nos serviços centrais e justifica-se, segundo o CEO, pelo desenvolvimento tecnológico implantado, que reduziu a necessidade do actual número de trabalhadores”, avançam os três sindicatos, acrescentando que “o banco está igualmente a diminuir a utilização de serviços em ‘outsourcing’, mantendo somente aqueles em que a vantagem tecnológica é evidente”.
Tal como avançou Miguel Maya, “os trabalhadores serão contactados pelo banco nas próximas duas semanas, departamento a departamento, sendo o tipo de proposta decorrente da situação de cada um”.
As três estruturas sindicais garantem o apoio, nomeadamente a nível jurídico, aos respectivos sócios.
O Sindicato Nacional dos Quadros Técnicos Bancários também esteve presente no encontro com o CEO do banco, mas remete uma tomada de posição para mais tarde. Ao PÚBLICO, fonte oficial refere que o SNQTB “está ainda a analisar o documento do BCP”.
O plano de redução de trabalhadores também foi apresentado por Miguel Maya à Comissão de Trabalhadores, e “afecta áreas e funções muito concretas”, dentro de uma estratégia de maior digitalização do banco, adiantou ao PÚBLICO João Paulo Pires, um dos membros deste órgão. Este responsável referiu ainda que “o que está em cima da mesa é a redução de 800 postos de trabalho, devidamente identificados, mas se esse objectivo não for alcançado, nomeadamente por recusa de saída desses trabalhadores, o número poderá subir até mil”.