Vitória dá confiança, exibição não empolga

Portugal venceu Israel no último jogo antes da sua estreia no Europeu de futebol. Acabaram as experiências para a selecção. A partir de agora é a doer.

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Cristiano Ronaldo voltou aos golos e está cada vez mais perto do recorde do iraniano Ali Daei LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

É com uma vitória folgada, frente a Israel, por 4-0, que Portugal chegará ao Campeonato da Europa de futebol para defender o título conquistado há cinco anos. Ontem, em Alvalade, a equipa de Fernando Santos disputou o seu último jogo particular de preparação para o Europeu, prova em que terá pela frente opositores bem mais exigentes do que o de ontem. Do jogo contra os israelitas ficam os golos e os testes à estrutura da equipa, mas também o desperdício e uma exibição pouco empolgante.

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É com uma vitória folgada, frente a Israel, por 4-0, que Portugal chegará ao Campeonato da Europa de futebol para defender o título conquistado há cinco anos. Ontem, em Alvalade, a equipa de Fernando Santos disputou o seu último jogo particular de preparação para o Europeu, prova em que terá pela frente opositores bem mais exigentes do que o de ontem. Do jogo contra os israelitas ficam os golos e os testes à estrutura da equipa, mas também o desperdício e uma exibição pouco empolgante.

Era expectável que o seleccionador aproveitasse a partida contra Israel para fazer experiências, mais do que escolher o “onze” titular da selecção para o jogo inaugural do Euro 2020. E Fernando Santos fez isso mesmo. Fez oito alterações em relação à equipa que defrontou a Espanha poucos dias antes (só manteve Pepe, Diogo Jota e Cristiano Ronaldo) e começou por montar a equipa num 4x2x3x1, passando depois para um 4x4x2 e até testando o mais rotinado 4x3x3.

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E o que se viu foi uma selecção sempre pouco criativa quando tem a bola em seu poder, que raramente consegue criar lances de perigo junto da baliza adversária e quando o consegue é demasiadas vezes perdulária.

Por isso, os lances de golo que Portugal conseguiu foram, essencialmente, após perdas de bola dos israelitas, quando os jogadores portugueses conseguiam atacar em velocidade e com transições rápidas, com a bola a rolar pelos corredores ou a ser colocada no espaço disponível nas costas dos opositores.

Durante o primeiro tempo, período em que Portugal surgiu com um Cristiano Ronaldo no centro do ataque, com um tridente de apoiantes (Jota, Bruno Fernandes e Bernardo Silva), foi dessa forma que os lances mais perigosos aconteceram. Diogo Jota, por duas vezes, e Bruno Fernandes estiveram perto de marcar ainda no primeiro quarto de hora de jogo.

Depois foi preciso esperar até perto do intervalo para voltar a haver emoção junto da baliza israelita. Cristiano Ronaldo, sozinho frente ao guarda-redes, permitiu a defesa deste e manteve a frustração de não se aproximar um pouquinho mais do recorde de golos na selecção de Ali Daei.

O “enguiço” foi, contudo, finalmente quebrado a três minutos dos 45’, quando numa transição veloz (lá está!), Cancelo cruzou de forma perfeita e Bruno Fernandes não desperdiçou.

Logo depois foi Cristiano Ronaldo a quebrar o “seu” enguiço. Com um golo marcado pela selecção este ano, o capitão da selecção acertou finalmente e elevou para 104 o número de remates certeiros com a camisola nacional (ficam a faltar cinco golos para igualar Ali Daei).

Na segunda parte, Fernando Santos fez entrar André Silva e testou o 4x4x2 rodando vários jogadores neste esquema. A exibição portuguesa ressentiu-se ainda um pouco mais, embora tivessem continuado a ser capazes de criar perigo perto da baliza adversária, agora com mais gente junto da área israelita.

Bernardo Silva teve uma oportunidade clara, mais uma vez desperdiçada, e foi preciso esperar pelos minutos finais do encontro para que se voltassem a ver golos. Primeiro, João Cancelo, numa jogada individual, marcou o melhor golo da noite. Depois, já em período de descontos, Bruno Fernandes “bisou”, aproveitando um ressalto de bola.

Dia 15, contra a Hungria, já será a doer. Os húngaros certamente não serão um adversário tão “amigável” e Portugal terá que elevar o nível se quiser começar com o pé direito o Euro 2020.