Atrás na contagem de votos, Keiko Fujimori queixa-se de “fraude” nas presidenciais peruanas
A filha do antigo ditador Alberto Fujimori, que segue atrás do candidato da esquerda, Pedro Castillo, apelou aos seus apoiantes que denunciem casos de fraude.
A candidata presidencial Keiko Fujimori queixou-se, na madrugada desta terça-feira, de uma “fraude sistemática” na segunda volta das eleições no Peru, apontando uma série de alegadas irregularidades que atribui ao seu rival, Pedro Castillo.
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A candidata presidencial Keiko Fujimori queixou-se, na madrugada desta terça-feira, de uma “fraude sistemática” na segunda volta das eleições no Peru, apontando uma série de alegadas irregularidades que atribui ao seu rival, Pedro Castillo.
Numa conferência de imprensa, Fujimori afirmou ter detectado uma série de irregularidades no processo eleitoral realizado no domingo e disse que é “importante torná-las evidentes”.
Keiko Fujimori pediu ainda aos cidadãos que denunciem casos de que tenham conhecimento.
A contagem dos votos no Peru aponta para a vitória do candidato de esquerda, o sindicalista Pedro Castillo, de 51 anos, que derrotou por muito pouco a sua adversária de direita, Keiko Fujimori, de 46 anos, que chega a uma segunda volta das eleições presidenciais pela terceira vez. No entanto, restam alguns milhares de votos por contabilizar e há ainda margem para uma reviravolta.
Os primeiros resultados conhecidos logo ao início da noite de domingo atribuíam a Fujimori uma ligeira vantagem, mas, ao longo do dia, a margem foi sendo diminuída à medida que eram contabilizados os votos das regiões mais remotas e da selva.
Na recta final de uma contagem seguida quase ao minuto, Castillo acabou por ultrapassar a adversária. Com 94% dos votos contabilizados, o sindicalista tinha 50,2% dos votos, face a 49,8% da sua adversária – ambos separados por quase 60 mil votos. No entanto, permanece por contar a maioria dos votos da emigração, que tendem a favorecer Fujimori.
Juntando a enorme polarização vivida nos últimos meses à instabilidade institucional dos últimos anos e, agora, à incerteza quanto ao desfecho das eleições, a pergunta não é se o novo Presidente conseguirá ser o Presidente de todos os peruanos, mas sim se conseguirá sequer tomar posse e manter-se no cargo.