Tom Hanks: “O entretenimento de ficção de base histórica deve retratar o peso do racismo”
O consagrado e multipremiado actor Tom Hanks exortou os cineastas a combater o racismo com mais frequência, contribuindo para construir a história do país sem temas tabus.
O problema da história, para Tom Hanks, é que é sobretudo “escrita por brancos”, como o próprio, o que significa que “a história dos negros — incluindo os horrores de Tulsa — é demasiadas vezes deixada de fora”. A solução, porém, existe e poderá residir na indústria do entretenimento.
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O problema da história, para Tom Hanks, é que é sobretudo “escrita por brancos”, como o próprio, o que significa que “a história dos negros — incluindo os horrores de Tulsa — é demasiadas vezes deixada de fora”. A solução, porém, existe e poderá residir na indústria do entretenimento.
Num artigo de opinião que assinou na última sexta-feira no New York Times, o actor-produtor-argumentista-realizador lembrou que “até há relativamente pouco tempo, a indústria do entretenimento, que ajuda a moldar o que é história e o que é esquecido, fazia o mesmo”, não descartando os seus próprios projectos da crítica. No entanto, isso pode ser invertido e, no texto, Hanks defende que “o entretenimento de ficção de base histórica deve retratar o peso do racismo na nação, em nome das pretensões da forma de arte à verosimilhança e autenticidade”.
Como, por exemplo, no que diz respeito ao Massacre de Tulsa, cujo centenário se assinalou a 31 de Maio, que coincidiu este ano com o Memorial Day, e sobre o qual, avalia, há muito desconhecimento: “Nunca li uma página de qualquer manual escolar de História sobre como, em 1921, uma multidão de brancos incendiou um lugar chamado Black Wall Street, matou cerca de 300 dos seus cidadãos negros e obrigou à deslocação de milhares de negros americanos que viviam em Tulsa, Oklahoma”.
Sobre o episódio sangrento de 1921, Tom Hanks elogia projectos como Watchmen e Lovecraft Country, ambos da HBO, por colocarem o Massacre de Tulsa no centro da acção, levantando dessa forma o véu sobre o que aconteceu há cem anos. “Tal como outros documentos históricos que mapeiam o nosso ADN cultural, [as séries] irão reflectir quem realmente somos e ajudar a determinar o que é a nossa história completa, o que devemos recordar.”