Nos muitos anos que levo defendendo a necessidade de criar impostos globais para uma globalização justa, tenho muitas vezes como resposta dois tipos de atitudes diametralmente opostas que querem dizer exatamente a mesma coisa. De um lado os que, defendendo este sistema em que as multinacionais fogem ao fisco generalizadamente, dizem que não é “realista” pensar em tais medidas porque os estados-nação não aceitarão ceder soberania para coordenar as suas políticas fiscais. Do outro lado, aqueles que imaginando-se a si mesmos como anti-sistema, proclamam que só seria possível haver progresso nesta área se se acabasse com as organizações internacionais como a UE, a OCDE ou o FMI, que vêem como braços armados do neoliberalismo em vez de perceberem como o tipo de organizações onde estas reformas podem ser feitas.
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Nos muitos anos que levo defendendo a necessidade de criar impostos globais para uma globalização justa, tenho muitas vezes como resposta dois tipos de atitudes diametralmente opostas que querem dizer exatamente a mesma coisa. De um lado os que, defendendo este sistema em que as multinacionais fogem ao fisco generalizadamente, dizem que não é “realista” pensar em tais medidas porque os estados-nação não aceitarão ceder soberania para coordenar as suas políticas fiscais. Do outro lado, aqueles que imaginando-se a si mesmos como anti-sistema, proclamam que só seria possível haver progresso nesta área se se acabasse com as organizações internacionais como a UE, a OCDE ou o FMI, que vêem como braços armados do neoliberalismo em vez de perceberem como o tipo de organizações onde estas reformas podem ser feitas.