Manifestação. Mundo rural promete falar a “uma só voz a partir de agora”
Marcha foi organizada pelos Juntos Pelo Mundo Rural - Associação Ibérica de Defesa da Caça, Pesca, Tradições e Mundo Rural
O protesto que este sábado reuniu algumas centenas de pessoas em Lisboa foi organizado pela Juntos Pelo Mundo Rural - Associação Ibérica de Defesa da Caça, Pesca, Tradições e Mundo Rural. E quis demonstrar que o sector fala a “uma só voz a partir de agora”.
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O protesto que este sábado reuniu algumas centenas de pessoas em Lisboa foi organizado pela Juntos Pelo Mundo Rural - Associação Ibérica de Defesa da Caça, Pesca, Tradições e Mundo Rural. E quis demonstrar que o sector fala a “uma só voz a partir de agora”.
A marcha, que começou na praça do Marquês de Pombal e terminou em frente à Assembleia da República, pretendeu juntar diversos sectores que “estão a sofrer” com as “políticas proibicionistas” impostas pelo Governo, disse o dirigente associativo Luís de Gusmão.
Foi um protesto mais barulhento que palavroso - à conta de buzinas, cornetas, vuvuzelas e até búzios. Os manifestantes seguiram, com distanciamento, grupo a grupo - juntos pela pesca, pela caça, pela tauromaquia, pela pecuária. À passagem, fizeram assomar gente às varandas e interromperam momentaneamente o trânsito em várias artérias, até à Assembleia da República.
Ainda estourou um petardo, de imediato censurado. “Isso é que não...”, desabafou o elemento mais vocal da cabeça da manifestação, que desviou o assunto com mais um “viva o mundo rural” e espevitou os manifestantes: “como é, está tudo a dormir?”. Cartazes com fotografias de cães de várias raças eram o adereço de muitos e numa das faixas podia ler-se: “Respeitem o nosso modo de vida, tradições e costumes.”
“A liberdade de gosto é para todos os portugueses. Todos temos direito de gostar de tauromaquia, todos temos direito de gostar de caça, todos temos direito de gostar de pesca”, reclamou Luís Gusmão. “Os nossos agricultores têm de ser apoiados para poderem produzir. A agricultura é que sustenta Portugal. E temos sempre, todos os dias, nesta casa da democracia, políticas proibicionistas contra nós”, criticou, apontando para a Assembleia da República. Em concreto, mencionou a proibição do tiro ao voo, “modalidade secular" que motivou a associação a apresentar “um processo-crime” contra os deputados do PAN.
"O PAN é um dos nossos alvos", reconheceu o presidente da associação ibérica, garantindo, porém, que “todos os partidos” que “ataquem” qualquer sector do mundo rural receberão uma resposta conjunta. “É um por todos, todos por um. É uma só voz a partir de agora”, prometeu, deixando no ar que “a próxima vez será muito, mas muito, diferente": chegarão durante a semana, “sem data para regressar”.
“Nós somos completamente apartidários e aplaudimos apenas políticas que sejam a favor do mundo rural”, sublinhou, rejeitando qualquer ligação ao Chega, partido inscrito na máscara de pelo menos um manifestante e na cabeça de outro. “Todas as pessoas que aqui estão são apartidárias, são livres de ter o seu partido, mas nunca, de forma alguma, tentem juntar o partido Chega a esta associação, porque isso não é verdade”, retorquiu Luís Gusmão.