Detida uma das principais activistas pró-democracia de Hong Kong no aniversário de Tiananmen
Horas depois da detenção da activista, a polícia vedou o acesso ao local onde habitualmente se celebra a vigília. Espera-se que milhares de polícias vigiem as ruas da cidade.
A polícia de Hong Kong deteve esta sexta-feira uma das principais líderes do movimento pró-democracia da região administrativa especial no aniversário do massacre de Tiananmen de 1989. Os activistas encaram a detenção como uma forma de reprimir um dos símbolos mais emblemáticos do movimento democrático na China, onde a celebração do massacre é proibida.
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A polícia de Hong Kong deteve esta sexta-feira uma das principais líderes do movimento pró-democracia da região administrativa especial no aniversário do massacre de Tiananmen de 1989. Os activistas encaram a detenção como uma forma de reprimir um dos símbolos mais emblemáticos do movimento democrático na China, onde a celebração do massacre é proibida.
Chow Hang Tung, vice-presidente da Hong Kong Alliance in Support of Patriotic Democratic Movements of China que todos os anos organiza a vigília, foi detida às 7h35 (0h45 em Portugal continental) por suspeitas de promover a vigília que vai contra as razões de ordem pública – proibida por motivos sanitários.
Chow tinha anunciado previamente que iria celebrar o 4 de Junho no parque Victoria a título pessoal. Também a aliança tinha prevista a realização de uma vigília em memória das vítimas do massacre, mas foi obrigada a cancelar.
“Ela ia apenas ao parque Victoria, acendia uma vela e celebrava”, disse à Reuters Chiu Yan Loy, membro executivo da aliança, acrescentando que a detenção de Chow teve a intenção de espalhar o medo a quem planeava participar na vigília.
A polícia confirmou também a detenção de outro membro da aliança, de 36 anos, e de um estafeta de entregas ao domicílio por promoverem nas suas redes sociais uma manifestação não autorizada.
Horas depois da detenção de Chow, as autoridades de segurança cercaram o perímetro do parque para impedir o acesso ao local onde habitualmente decorre a vigília. E era esperado que milhares de polícias vigiassem as ruas da cidade para prevenir ajuntamentos.
Este é o segundo ano que se quebra a tradição da vigília que junta dezenas de milhares de pessoas para assinalarem a repressão de Pequim em 1989, quando as tropas chinesas avançaram sobre os protestos pró-democracia e dispararam contra os manifestantes, sobretudo estudantes, na grande praça central da capital chinesa.
Também em Macau era habitual celebrar-se o aniversário do massacre e, à semelhança de Hong Kong, a vigília foi proibida. Contudo, esta foi a primeira vez que as autoridades de Macau citaram razões políticas para proibir a comemoração.