Portugal e Espanha guardaram os golos para o Europeu
Novo empate, o quarto em duelos ibéricos, num particular em que Fernando Santos promoveu a estreia de Pedro Gonçalves, testou Danilo a central e deu a William mais uma internacionalização do que Eusébio.
Portugal não foi além de um nulo, o quarto com a Espanha nos últimos quatro duelos, no primeiro particular de preparação para o Euro 2020, disputado em Madrid, com 15 mil adeptos e algumas novidades, como a estreia de Pedro Gonçalves.
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Portugal não foi além de um nulo, o quarto com a Espanha nos últimos quatro duelos, no primeiro particular de preparação para o Euro 2020, disputado em Madrid, com 15 mil adeptos e algumas novidades, como a estreia de Pedro Gonçalves.
Ainda sem o trio do Manchester City no activo, Fernando Santos começou o jogo de Madrid com Semedo e Raphael Guerreiro nas laterais, destacando Danilo e Sérgio Oliveira como escudo, à frente das âncoras Pepe e Fonte, libertando para tarefas mais empreendedoras uma linha com Renato Sanches à direita, Diogo Jota à esquerda e João Félix no apoio a Cristiano Ronaldo.
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Na prática, porém, as dificuldades acentuaram-se face à naturalidade com que a Espanha assumiu o controlo, condicionando de forma clara a organização portuguesa.
Luis Enrique, que não incluiu qualquer jogador do Real Madrid nos 24 convocados para o Campeonato da Europa (abdicou de dois elementos face ao número permitido pela UEFA), apostou na largura, com os extremos bem abertos, e na posse, que Portugal não conseguiu dividir, muito por culpa de precipitações e excessos de acções individuais.
Isolado no ataque, Cristiano Ronaldo pedia calma na condução das jogadas, mas depois de um par de lances na área de Patrício que exigiram a intervenção experiente e o discernimento de Pepe para evitar males maiores, os campeões europeus conseguiram aproximar-se da área espanhola.
Golo anulado
No primeiro canto conquistado por Portugal, José Fonte cabeceou para o fundo das redes de Unai Simón, lance anulado por falta do central do Lille sobre Pau Torres. Apesar de invalidado o golo, Portugal passou a surgir mais vezes junto à área contrária, aumentando os níveis de agressividade e levando a Espanha para um campo onde se notou um desconforto crescente.
O jogo endurecia e Portugal equilibrava, ainda que sem conseguir criar problemas de maior à defesa adversária. Aliás, a primeira parte terminou sem qualquer remate enquadrado com as balizas, de parte a parte. Portugal ainda ameaçou explorar duas hesitações na área espanhola, com Unai Simón a complicar e Ronaldo perto de chegar ao golo neste regresso a Madrid.
Portugal não apoiava o jogo nas transições, apesar de um par de tentativas de Diogo Jota romper na esquerda, mas estava longe de conseguir assumir a batuta, situação que Fernando Santos tentou rectificar na segunda parte, já sem João Félix, que cedeu o lugar ao estreante Pedro Gonçalves.
Com a entrada do máximo goleador do campeonato português, Renato Sanches assumiu uma posição mais central e Portugal transferia alguma da sua capacidade mais combativa para uma zona nuclear, criando maior imprevisibilidade no corredor.
Bola à barra
Sem o fulgor inicial, a Espanha mantinha uma boa capacidade de chegada à área lusa, onde criou algumas situações de maior aperto para Pepe e companhia. Mas o jogo era de teste e Fernando Santos não hesitou na hora de ver até que ponto pode esticar a corda numa equipa que só chamou três centrais de raiz.
Danilo Pereira foi mesmo testado no eixo, na posição do antigo companheiro do FC Porto e em que tem evoluído no PSG, enquanto William Carvalho (igualou Nené e superou Eusébio, com 65 internacionalizações) e Bruno Fernandes conferiam um peso e experiência extra ao meio-campo.
Luis Enrique promovia, igualmente, algumas experiências que diluíam a superioridade exercida na fase inicial da partida, acabando por assomar Cristiano Ronaldo, cada vez mais perto de marcar e acabar com o clima de empates entre as duas selecções nos tempos mais recentes, não havendo registo de vitórias em confrontos ibéricos desde 2010.
O jogo fragmentava-se e entrava numa fase imprevisível, com a Espanha a criar uma série de situações de perigo junto à baliza de Rui Patrício, que teve a intervenção mais apertada a dois minutos dos 90, antes de Morata acertar na barra na última ocasião do encontro.