Um golo a meias a caminho da final

Selecção nacional venceu a Espanha por 1-0, em Maribor, e vai discutir pela terceira vez o título europeu no encontro decisivo.

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Confirmou-se o que se previa: Espanha teve mais posse de bola, mais remates, ocupou durante mais tempo o meio-campo ofensivo. Tudo isto aconteceu nesta quinta-feira em Maribor, na primeira meia-final do Campeonato da Europa de sub21. Mas também se confirmou que Portugal sabe interpretar os diferentes momentos do jogo e que é um sério candidato ao título. O triunfo por 0-1 deixa a selecção nacional a uma vitória de fazer o que ainda não foi feito.

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Confirmou-se o que se previa: Espanha teve mais posse de bola, mais remates, ocupou durante mais tempo o meio-campo ofensivo. Tudo isto aconteceu nesta quinta-feira em Maribor, na primeira meia-final do Campeonato da Europa de sub21. Mas também se confirmou que Portugal sabe interpretar os diferentes momentos do jogo e que é um sério candidato ao título. O triunfo por 0-1 deixa a selecção nacional a uma vitória de fazer o que ainda não foi feito.

Para chegar à terceira final do Europeu da categoria (depois das de 1994 e de 2015), a selecção portuguesa teve de sofrer q.b. No 4x4x2 losango que tem utilizado, Rui Jorge terá assumido que o adversário exploraria preferencialmente os corredores laterais e foi especialmente pela direita da defesa nacional que Espanha investiu. O lateral Cucurella e o extremo Bryan Gil foram uma dor de cabeça permanente para Dalot e Vitinha e foi dessa dinâmica que nasceu o primeiro lance de perigo, com Brahim Díaz a cabecear por cima (12’).

Apesar do domínio com bola, Espanha raramente conseguia entrar no bloco português e continuava a procurar a largura, com Abdu Conté a dar conta do recado do lado esquerdo. Familiarizada com a abordagem do adversário, a equipa portuguesa apostava na profundidade (Dany Mota e Rafael Leão foram solicitados um par de vezes por Daniel Bragança) e no jogo mais directo (Diogo Costa batia na frente à procura da velocidade de Leão), tendo chegado a assustar o guarda-redes Fernández, perto da meia-hora.

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O seleccionador espanhol afinou a estratégia para o segundo tempo e começou a criar mais desconforto a Portugal, com uma reacção mais forte à perda da bola e uma procura mais sagaz dos terrenos interiores (atraindo fora para explorar dentro). Respondeu Rui Jorge com a troca de Gedson, muito apagado, por Florentino, que ocupou a posição seis e deu mais liberdade com bola a Bragança. Minutos antes, porém, Diogo Costa  sofria o maior calafrio do jogo, quando Cucurella atirou ao poste, de pé esquerdo, de fora da área.

Era o melhor período espanhol na partida, que culminou com mais um par de ocasiões perigosas, com assinatura de Cuenca e de Manu García, a tirar partido de alguma passividade portuguesa na reacção à perda. Mas Rui Jorge voltou a mexer e relançou os dados, trocando a dupla da frente por Tiago Tomás e Jota, lançando Romário Baró e redesenhando a equipa num 4x3x3 que passou a contar com Fábio Vieira mais deliberadamente colado à direita.

A alteração acabaria por dar frutos 15 minutos mais tarde, no lance que decidiu a partida. Vitinha, inesgotável fisicamente e o mais influente jogador da equipa, rasgou a defesa espanhola com um passe que lançou Fábio Vieira na direita. O médio do FC Porto recebeu em velocidade, entrou na área e tentou assistir Tiago Tomás — nunca saberemos se a bola chegaria ao destino e se o avançado do Sporting marcaria, mas o que aconteceu a seguir decidiu a meia-final. Cuenca, já em esforço e de frente para a baliza, interceptou a bola e desviou-a, acidentalmente, para as redes.

Estava feito o mais difícil e o jogo passava a estar de feição para Portugal. Luis de la Fuente arriscou com Abel Ruiz na frente, Rui Jorge defendeu-se nos últimos minutos com um terceiro central (entrou Pedro Pereira e Dalot juntou-se a Leite e Queirós). Em bom rigor, graças a duas transições, até foi a selecção portuguesa a estar mais próxima do 0-2 do que Espanha do empate, mas nem Jota conseguiu controlar a bola da forma pretendida, nem Vitinha capitalizou um raide individual com o último passe que idealizara.

Já não seria preciso. A organização defensiva (que falhou nalguns momentos no jogo com Itália) funcionou na perfeição e Portugal vai mesmo marcar presença na final, no domingo (20h), em Ljubljana, diante de uma Alemanha que tem dois títulos e chega à partida decisiva pela terceira vez consecutiva.