Galp procura aliança com fabricante de baterias para refinar lítio
Petrolífera ainda está em “conversações” com dona da Mina do Barroso, mas também não exclui a possibilidade de importar matéria-prima.
O presidente da Galp, Andy Brown, afirmou esta quarta-feira que a empresa quer estar “no centro da cadeia de valor das baterias” na Europa e está já em “conversações com uma grande fabricante europeia de baterias” para instalar uma unidade de processamento do hidróxido de lítio necessário para produzir estes equipamentos.
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O presidente da Galp, Andy Brown, afirmou esta quarta-feira que a empresa quer estar “no centro da cadeia de valor das baterias” na Europa e está já em “conversações com uma grande fabricante europeia de baterias” para instalar uma unidade de processamento do hidróxido de lítio necessário para produzir estes equipamentos.
Andy Brown, que está a apresentar o plano estratégico da empresa para os próximos quatro anos, adiantou que vê na refinação do lítio uma “oportunidade chave” para o futuro da companhia, visto que se trata de uma actividade que ainda não existe na Europa e que o mercado dos veículos eléctricos está em grande expansão.
Nesta linha, assegurar uma fonte sustentável de matéria-prima é prioritário para a Galp e a empresa está a explorar “todas as opções”, adiantou o gestor.
Apesar de a Savannah ter comunicado ao mercado que expirou o acordo de princípio que tinha estabelecido com a petrolífera em Janeiro para lhe assegurar concentrado de espodumena da Mina do Barroso (que tem de passar por um processo de refinação para produzir o carbonato ou hidróxido de lítio que é utilizado no desenvolvimento de baterias), Brown assegurou que as duas empresas continuam “em conversações”.
Mas, tratando-se de um recurso que existe noutras zonas da Península Ibérica, a eventual importação de concentrado de espodumena também está a ser equacionada, admitiu.
Sublinhando que “o foco da Galp não é a exploração mineira, mas sim o processamento da matéria-prima”, o presidente da petrolífera disse estar convicto que Portugal tem tudo o que é necessário para o sucesso deste negócio – da existência de recurso mineral, aos custos competitivos da energia renovável, à existência de pessoal qualificado, ao porto de águas profundas em Sines.
O lítio, a par do hidrogénio verde, faz parte do segmento de novas energias ao qual a Galp quer dedicar 5% do investimento previsto até 2025 - um total entre 800 a mil milhões de euros.
No plano estratégico a empresa admite instalar, até 2025, uma capacidade de produção de 25 quilotoneladas de lítio.