O espírito da Espanha dos anos 90

Espanha já deu grandes filmes sobre a infância e Raparigas não desmerece.

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Raparigas abre com a expressão de uma ideia fortíssima: um grupo de raparigas, doze, treze anos no máximo, no coro de um colégio católico da região de Saragoça, mexem os lábios sem cantar. E a ideia que se exprime é a de que a miúda protagonista está a passar pela vida em lip sync — repete a conversa das freiras sem realmente acreditar nela, alinha na estroinice (os cigarros, as discotecas, os rapazes) das colegas “rebeldes” sem se implicar, aceita a conversa da mãe (sobre o pai supostamente morto antes de ela nascer) sem acreditar. De certa forma, entre os primeiros planos de Raparigas e os últimos, que os rimam, o que se passa é só isto: aquela miúda ganhou uma voz.

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Raparigas abre com a expressão de uma ideia fortíssima: um grupo de raparigas, doze, treze anos no máximo, no coro de um colégio católico da região de Saragoça, mexem os lábios sem cantar. E a ideia que se exprime é a de que a miúda protagonista está a passar pela vida em lip sync — repete a conversa das freiras sem realmente acreditar nela, alinha na estroinice (os cigarros, as discotecas, os rapazes) das colegas “rebeldes” sem se implicar, aceita a conversa da mãe (sobre o pai supostamente morto antes de ela nascer) sem acreditar. De certa forma, entre os primeiros planos de Raparigas e os últimos, que os rimam, o que se passa é só isto: aquela miúda ganhou uma voz.