Sines tem agora “o maior data center do Sul da Europa e outros vêm a caminho”, diz Costa
Na inauguração do primeiro cabo de fibra óptica de alta velocidade entre Portugal e o Brasil, o primeiro-ministro afirmou que Sines, além de um dos maiores portos da União Europeia, vai agora ser também “um grande porto de dados e de conhecimentos nos próximos 25 anos”.
A inauguração do primeiro cabo de fibra óptica de alta velocidade entre Portugal e o Brasil — e também entre a Europa e a América Latina — foi apenas o primeiro passo para fazer de Sines “um grande porto de dados e de conhecimento”, além de ser já um dos maiores portos da União Europeia. O primeiro-ministro revelou, na cerimónia, a causa do seu optimismo: “Já se instalou em Sines o maior data center do Sul da Europa e outros vêm a caminho”, disse.
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A inauguração do primeiro cabo de fibra óptica de alta velocidade entre Portugal e o Brasil — e também entre a Europa e a América Latina — foi apenas o primeiro passo para fazer de Sines “um grande porto de dados e de conhecimento”, além de ser já um dos maiores portos da União Europeia. O primeiro-ministro revelou, na cerimónia, a causa do seu optimismo: “Já se instalou em Sines o maior data center do Sul da Europa e outros vêm a caminho”, disse.
O momento era o da inauguração do EllaLink, o cabo de fibra óptica que, ao longo de seis mil quilómetros, liga Sines a Fortaleza, no Brasil, e constitui a primeira ligação directa de alta velocidade por cabo submarino entre a Europa e a América do Sul – uma infra-estrutura considerada essencial para a interligação digital e a transmissão de dados entre os dois continentes.
“A geografia conta. Não é por acaso que Sines é um dos maiores portos da União Europeia e é agora o ponto de amarração deste cabo europeu”, disse António Costa na cerimónia. “Somos uma porta de entrada, uma ligação, uma ponte, um ponto de amarração” entre a Europa e a América Latina, afirmou o chefe de Governo, sublinhando que “é esse o contributo” que Portugal tem a dar à União Europeia.
A cerimónia, que decorreu em formato híbrido (presencial e online) a partir de Sines, integra o evento Leading the Digital Decade [Liderar a Década Digital], organizado pela presidência portuguesa e pela Comissão Europeia. O encontro prolonga-se por dois dias e tem como objectivo “promover um debate alargado em torno da transformação digital da UE”, tendo como base os objectivos da Década Digital, iniciativa apresentada pela Comissão em Março para garantir que todos os cidadãos europeus podem beneficiar do digital.
“O EllaLink é mais do que um cabo, pois simboliza a nossa parceria renovada com a América Latina”, sublinhou, por seu lado, a presidente da Comissão Europeia. “Isto constitui um exemplo para os nossos envolvimentos com parceiros em todo o mundo”, sublinhou Ursula Von der Leyen numa mensagem pré-gravada, acrescentando que “vai impulsionar os negócios e a partilha científica e cultural” entre ambos os continentes. “Mas, acima de tudo, vai garantir a segurança, a resiliência e estabilidade da Internet global da qual as nossas economias e sociedades dependem”, acrescentou.
Para a presidente do executivo comunitário, o que “hoje mantém as economias europeias em funcionamento são não apenas as rotas comerciais, mas também os fluxos de dados”, que requerem “infra-estruturas estáveis, seguras e rápidas”. Nesse sentido, a Comissão Europeia apresentou, em Março, o que designou por “Bússola Digital”, e que, tal como uma bússola comum, apresenta também quatro pontos cardeais: as capacidades digitais, as infra-estruturas, as empresas e serviços públicos digitais, explicou.
Também presente na sessão, o ministro brasileiro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, considerou tratar-se de “um dia muito feliz”, pelo estabelecimento desta “conexão física” entre o seu país e Portugal. E manifestou-se seguro de que o cabo submarino de dados “vai dar muitos frutos nos próximos 25 anos”, permitindo um “maior desenvolvimento entre todos estes países” envolvidos. “Seja através da conexão digital, seja através da ciência, da tecnologia e das inovações” que a infraestrutura vai possibilitar, através do tráfego de dados, afirmou.