Banco central da China tenta impedir valorização da moeda
Depois de uma subida de 12% do iuan face ao dólar desde Maio, os bancos comerciais foram obrigados a manter mais moeda estrangeira como reserva.
O Banco Popular da China está a tentar conter o aumento da taxa de câmbio do iuan, retrocedendo nos esforços para reduzir o controlo sob a moeda chinesa e torná-la mais flexível e orientada para o mercado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O Banco Popular da China está a tentar conter o aumento da taxa de câmbio do iuan, retrocedendo nos esforços para reduzir o controlo sob a moeda chinesa e torná-la mais flexível e orientada para o mercado.
Na segunda-feira, os bancos comerciais foram obrigados a manter mais moeda estrangeira como reserva no banco central, para limitar as vendas, depois de o iuan atingir o valor mais alto, em quatro anos, de 6,3674 por dólar norte-americano.
O Banco Popular da China está a tentar dissuadir os especuladores depois de o iuan ter subido cerca de 12%, em relação ao dólar norte-americano, desde Maio.
Em 2015, o Partido Comunista da China disse que planeava fazer do iuan uma “moeda livremente negociável e utilizável”, mas manteve os controlos em vigor, devido à preocupação com as oscilações na taxa de câmbio e ao fluxo de dinheiro para dentro e para fora da segunda maior economia do mundo.
“Parece que o banco central ainda quer manter a ideia de liberalização da taxa de câmbio”, disse Iris Pang, da instituição financeira ING, num relatório.
“Isto é difícil de conseguir se o banco central não gosta de especuladores”, disse Pang. “Um mercado consiste em utilizadores de câmbio e investidores, incluindo especuladores”, descreveu.
A ordem de segunda-feira aumentou o valor das reservas em moeda estrangeira que os bancos devem manter em depósito no banco central de 5% para 7%.
O aumento é um “forte sinal” de que a liderança chinesa está “cada vez mais desconfortável” com a velocidade da subida do iuan, apontou o grupo Macquarie num relatório.
A subida no valor do iuan ameaça tornar os produtos da China mais caros nos mercados estrangeiros, o que constitui um obstáculo para o sector manufactureiro do país asiático.
Um iuan mais forte tornaria o petróleo importado, minério de ferro e outras matérias-primas mais baratos para os fabricantes chineses, após um aumento nos preços globais das matérias-primas.
Mas a ordem de segunda-feira sugeriu que os reguladores estão menos preocupados com isso do que com a estabilidade financeira.
Em 2017, o banco central apertou o controlo sobre as negociações, para impedir uma queda no valor do iuan, após uma mudança no mecanismo usado para determinar a sua taxa de câmbio controlada pelo Estado ter desencadeado uma desvalorização da moeda.